Portugal travado pelo Quénia no par decisivo (já sob os holofotes); mais um quarteto apurado para o Mundial

VILAMOURA — O cair de noite ditou a segunda derrota da seleção nacional portuguesa na fase de qualificação para o Campeonato do Mundo em Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas (BNP Paribas World Team Cup Finals) que a Premier Sports e a Federação Portuguesa de Ténis organizam na Vilamoura Tennis & Padel Academy, em Vilamoura.

Depois de um desaire frente à favorita Áustria e de um dia de descanso, a equipa da casa tinha uma boa oportunidade de somar a primeira vitória nesta edição frente ao Quénia e até entrou bem, com o triunfo de Carlos Leitão (campeão nacional em 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2019 e número 133 do ranking mundial) por 6-2 e 6-2 contra Rajab Abdallah Athman (251.º), mas o conjunto africano começou a desenhar a reviravolta no último singular, graças à vitória de Collins Omondi Lumumba (248.º) pelos parciais de 6-2 e 6-1 frente a Jean Paul Melo (campeão nacional em 2015, 2016, 2017, 2018 e 2020 e 132.º na tabela mundial).

“Estava com muita vontade de jogar singulares, depois de ter jogado o par no primeiro dia, e por ser o meu primeiro jogo entrei nervoso, mas ao longo do jogo melhorei e acho que me correu bem. Consegui uma boa vitória, por 6-2 e 6-2, mas infelizmente o segundo jogador do Quénia é superior ao que defrontei e conseguiu derrotar o Jean Paul”, lamentou Carlos Leitão, que depois dos dois duelos individuais puxou pelos compatriotas a partir da lateral do campo, sempre emocionado. “Estar cá fora custa mais um bocadinho, farto-me de sofrer a puxar pelos meus parceiros que estão lá dentro para lhes tentar dar força e ajudá-los a ultrapassar os desafios”, acrescentou quando a noite já ia longa.

Desfalcado do estreante João Couceiro, com dificuldades na zona do pescoço, o selecionador nacional Joaquim Nunes recorreu ao outro nome novo da convocatória portuguesa, Fábio Reis, para participar no par ao lado de Jean Paul Melo e a vitória não andou longe, mas a interrupção devido à falta de luz (quando a dupla da casa liderava por 7-5 e 4-4) e a persistência dos adversários quenianos viraram o encontro, com Peter Munuve Baridi e Collins Omondi Lumumba a triunfarem por 5-7, 7-6(5) e 10-7 para celebrarem efusivamente naquela que é a primeira viagem do país para fora do continente africano para participar numa competição desta dimensão.

“Não correu como esperávamos. O Quénia é uma equipa que está ao nosso alcance e esse processo ia naturalmente colocar-nos alguma pressão em cima, para além do facto dos atletas deles estarem atrás dos nossos em termos de classificação. Eles têm um bom número um que joga de forma solta e bate muito bem na bola e conseguiram empatar os singulares, mas nos pares tivemos as nossas oportunidades. Não as conseguimos aproveitar e houve muito nervosismo, foi um misto de estarmos a jogar em casa e ainda não sabermos lidar bem com estas situações e tudo isso afetou a nossa prestação em momentos importantes. No tie-break do segundo set tivemos algumas possibilidades de o fechar e não conseguimos, no match tie-break fizemos uma boa recuperação e depois não concretizámos… É pena, mas tenho a certeza de que vamos aprender com esta situação e fazer melhor da próxima vez”, analisou o responsável pela equipa.

Com duas derrotas em dois encontros, a seleção portuguesa já não tem hipóteses de alcançar o objetivo estipulado no arranque da competição — terminar próxima do meio da tabela — e voltará ao court na sexta-feira para realizar o derradeiro encontro: frente à Bielorrússia, que perdeu por 2-0 com a Roménia, Portugal tem em jogo o sétimo lugar da classificação no Grupo 2.

“O importante é que os jogadores percebam que isto se joga dia a dia, ou seja, agora terão de apagar este mau resultado para amanhã fazermos o nosso jogo e mais uma vez tentarmos fazer aquilo que sabemos fazer. Supostamente defrontamos novamente uma equipa que está ao nosso alcance, por isso vamos tentar aprender com a pressão de hoje e resolver este processo”, rematou Joaquim Nunes.

Neste mesmo Grupo 2, a Áustria derrotou a Alemanha (por 2-1) e o Chile a Austrália (por 2-0) para avançarem para a final, enquanto no Grupo 1 foram Israel (2-1 ao Sri Lanka) e Polónia (2-1 sobre a Grécia já perto da meia noite) a reservar um lugar na decisão.

Na competição feminina, mais pequena (apenas um grupo), a celebração já tinha sido feito na jornada anterior, uma vez que seguem para a fase final do Campeonato do Mundo as quatro equipas semifinalistas, mas esta quinta-feira ficaram a conhecer-se as duas protagonistas da final, que não sendo decisiva tem inerente o prestígio de atribuir a um país o primeiro lugar da qualificação. Assim, o título será discutido entre a Rússia, que derrotou a Turquia por 3-0, e a Alemanha, que venceu os dois encontros com o Brasil.

A concluir a jornada desta quinta-feira, o Brasil juntou-se à Holanda na final da categoria de quad.

A fase de qualificação para o Campeonato do Mundo em Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas conclui-se esta sexta-feira, com todos os encontros que determinam a classificação final dos vários quadros. No entanto, o maior destaque recai nos dois courts principais, onde se realizarão as quatro finais do dia: as duas da competição masculina, a do quadro feminino e a da categoria de quad.

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