O sul-africano Kevin Anderson foi o primeiro tenista a garantir esta quarta-feira o apuramento para os quartos de final do Millennium Estoril Open. Após o triunfo sobre Roberto Carballes Baena, o tenista de 34 anos passou pela sala de imprensa do Clube de Ténis do Estoril para analisar o encontro e falar sobre o possível adversário da próxima ronda. O ex-número cinco mundial deu também a sua opinião sobre o ténis universitário, uma escolha que o próprio fez nos primórdios da carreira e que foi também feita por Nuno Borges, um dos possíveis adversários de Anderson.
“Voltei a sentir-me muito bem hoje, o que é encorajador depois de uma primeira ronda muito longa. É um bom sinal de como o meu corpo está a responder aos encontros”, afirmou o tenista natural de Joanesburgo. No que diz respeito aos cinco match points que desperdiçou e à desvantagem de 4-2 que enfrentou no tiebreak, Anderson mostrou estar satisfeito com a forma como deu a volta por cima: “Não é o ideal deixar fugir tantas oportunidades. Acho que em alguns dos match points joguei bem, mas tive algum azar e ele jogou de forma sólida. Tentei o meu melhor para dar um reset e no tiebreak ainda pensava um pouco nisso, mas tentei focar-me em cada ponto. Acho que joguei algum bom ténis”.
Antes de se deslocar à sala de imprensa, Kevin Anderson ainda assistiu a alguns pontos do encontro entre Marin Cilic e Nuno Borges, do qual vai sair o próximo adversário. O sul-africano ficou impressionado com o que viu: “Vi alguns pontos enquanto estava à espera e pareceu-me muito bom ténis, de grande qualidade. Vai ser interessante ver o que acontece. São dois adversários muito diferentes. Um deles eu já defrontei muitas vezes e o outro é alguém que não conheço tão bem. Seja como for, tenho de estar ao meu nível, de me focar no que preciso de fazer”, disse.
Kevin Anderson é um dos tenistas do circuito ATP que passou pelo ténis universitário, uma escolha também feita pelo português Nuno Borges. Questionado sobre os aspetos positivos que isso traz, o sul-africano não tem dúvidas: “O ténis universitário é uma excelente escolha para alguns jogadores. Para mim, vindo da África do Sul, que é um país distante do mundo do ténis, foi importante poder estabelecer-me num local onde podia treinar e viajar. Deu-me a oportunidade de melhorar o meu jogo e também fisicamente. Jogas muitos encontros no ténis universitário e acho que existem muitos pontos positivos, especialmente se não tiveres as infraestruturas e o apoio. Podes trabalhar em todas as partes do teu jogo, mas tens de encontrar um bom programa, que te ajude realmente no processo de desenvolvimento para entrares no ténis profissional”, começou por dizer sobre o assunto.
“Onde eu estava, no Illinois, os treinadores entendiam quais eram os meus objetivos e ajudaram-me a fazer a transição e a continuar a desenvolver-me enquanto tenista. É uma daquelas coisas que pode ser uma excelente decisão. Só tens de fazer o trabalho de casa, falar com o máximo de jogadores possível e tentar encontrar o melhor programa para ti”, concluiu.