Hercog e Burel: finalistas do Oeiras Ladies Open em discurso direto

OEIRAS — Dia longo no Jamor. A chuva que se fez sentir praticamente durante toda a semana obrigou a um reajuste na programação e este sábado foi dia não só das habituais meias-finais, mas também ainda dos quartos de final. Após um dia de muito trabalho, Polona Hercog e Clara Burel, as finalistas do Oeiras Ladies Open, passaram num relâmpago pela sala de conferências de imprensa e, sem surpresa, mostraram e expressaram ambas muito cansaço.

A primeira a comparecer para a análise foi a eslovena Polona Hercog, ainda a sua adversária de domingo estava no prelúdio de mais uma grande batalha. A tenista de 30 anos não foi parca na consideração sobre a questão física: “Para ser honesta estou muito cansada, ainda que feliz por ter mais um encontro amanhã. Não estou muito habituada a disputar dois encontros num dia, mas é uma experiência bem-vinda. Vim a Portugal jogar o máximo de encontros possível e é o que estou a fazer”. Cerca de hora e meia depois da conversa com a primeira finalista, a jovem gaulesa Clara Burel apareceu visivelmente ainda mais esgotada. “Estou muito cansada. Foram dois encontros duros, duas batalhas, mas estou feliz por estar na final”, referiu.

Hercog começou o dia ao bater a italiana Lucia Bronzetti, vencendo convincentemente, só que nas meias-finais precisou de muito bom ténis para derrotar a ucraniana Anhelina Kalinina, terceira cabeça de série, num encontro de 2h17. “Não fiquei feliz por jogar três sets neste último encontro, mas cada dia e cada encontro são diferentes. Esta manhã joguei melhor, à tarde foi num court diferente, outra jogadora, condições diferentes e deixei as emoções entrarem um pouco mas reagrupei-me no terceiro set e lutei até ao final. No último parcial sabia que tinha de ser mais ofensiva mesmo que não me estivesse a sentir a jogar bem. Tentei dar um pouco mais, às vezes basta mais 20 ou 30%, se não conseguir que seja 90 ou 100, e deu resultado no final”.

Já a mais nova das duas, número um mundial no escalão júnior em 2018, necessitou de cerca de 5h30 para carimbar o acesso à sua maior final da carreira profissional (em sub-18 foi duas vezes finalista em ‘Majors’). E tanto contra Francesca Jones como contra Georgina Garcia-Perez, Burel teve de recuperar de grandes desvantagens. “Foram dois jogos renhidos. Não comecei bem em ambos, mas lutei e o meu jogo começou a melhorar jogo após jogo e estive muito bem nos terceiros sets, analisou. “A chave foi ficar focada e o mais calma possível. Sabia, sobretudo após o primeiro encontro, que podia voltar a recuperar”. 

Banho de gelo para Hercog, uma boa noite de sono para Burel. A receita de ambas é tradicional para contornar o pouco descanso de que irão dispor, ainda que no caso da francesa haja alguma apreensão sobre a situação dos seus tornozelos (frente a Georgina Garcia-Perez precisou mesmo de assistência médica). Tudo para encarar o último encontro na melhor forma possível.

“Quem chega às últimas rondas tem de ser boa jogadora, mas às vezes eu sou a minha maior adversária”, a frase é da mais experiente e traduz bem a forma como a antiga 35 do ranking WTA (agora é 76) se vê na final deste domingo. “No papel sou a favorita, no entanto ela vai trazer o seu melhor jogo. Eu vou tentar trazer o meu. Quando se está na final quer-se dar o passo mais em frente. Vou desfrutar e vou lutar pelo título”, garantiu. “Não a conheço muito bem, mas sei que é 70 no mundo, algo assim, portanto é muito boa jogadora. Vai ser duro”, assegurou Clara Burel, atual 177 do mundo – na semana passada atingiu o melhor posto de sempre, o 175.

Pelas 10h30, entram no court Central do Jamor duas tenistas com currículos e em fases da vida bem distintas. “Não acreditaria se me dissessem há uma semana que estaria na final. Mas tentei acreditar que podia fazer um bom percurso aqui mesmo que não esteja a jogar o meu melhor ténis”, considerou Burel. “Eu vim cá para ter jogos nas pernas. Ser a primeira cabeça de série e a única do top 100 cria expetativas até no subconsciente, coloca alguma pressão mesmo que queiramos apenas competir para ter alguma prática. É expetável que bata as jogadoras menos cotadas e fico feliz por corresponder às expetativas e feliz por lutar pelo título amanhã”, disse Polona Hercog.

Os dados estão lançados e o encontro decisivo do torneio promete ser aliciante. Ready? play.

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