Depois da estreia na Taça Davis, Kaichi Uchida vence final de 3h30 em Vale do Lobo

VALE DO LOBO — Uma semana depois de ter ajudado o Japão a garantir um lugar na ronda de acesso à fase final da Taça Davis, Kaichi Uchida sorriu por último numa final de 3h30 para se sagrar campeão do Vale do Lobo Open II Magnesium-K Active, o segundo torneio internacional de 25.000 dólares organizado este ano pela Premier Sports com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis.

Número 321 do ranking mundial, Kaichi Uchida levou a melhor perante o alemão Sebastian Fanselow (435.º) após 3h30 de encontro, com os parciais de 5-7, 7-6(3) e 7-6(5).

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Numa final pautada pelo equilíbrio, o tenista japonês de 26 anos venceu menos pontos (124 contra 128) e menos jogos de serviço (12 contra 13) do que o alemão, que há cerca de um ano se mudou para Lisboa, mas revelou-se mais apurado nos momentos decisivos e ao terceiro match point completou a reviravolta.

Uma semana depois de ter sido convocado pela primeira vez para representar o Japão e de ter contribuído com uma vitória para o sucesso na eliminatória frente ao Paquistão, que garantiu ao país uma vaga nas Davis Cup Qualifiers de 2022, Uchida conquistou, na Vale do Lobo Tennis Academy, o sétimo título da carreira e segundo da temporada, depois de ter começado a época a vencer em Monastir, na Tunísia.

“Foi um encontro muito, muito equilibrado, por isso estou muito feliz por vencer. Foi muito duro quer mental, quer fisicamente”, revelou, entre alguma timidez e o natural cansaço, o herói da semana, que voou diretamente do Paquistão para chegar a Portugal e de cá só sai com o troféu de campeão nas mãos. Com a experiência inédita com a camisola do seu país ainda fresca nas emoções, Uchida emocionou-se ao recordar a semana anterior e o significado que tem para a sua carreira: “Ainda não acredito que joguei na Taça Davis. No Japão temos vários jogadores de topo, por isso não há muitas oportunidades, mas neste momento estão todos a competir em torneios ATP, por isso foi possível e estou muito contente por ter acontecido.”

Quanto a Fanselow, que nas próximas semanas vai competir em Espanha, já fala do nosso país com um carinho especial: “Ainda não lhe posso chamar a minha primeira casa porque não estou cá há muito tempo, mas uma segunda casa sem dúvida que é. De Lisboa até aqui é uma viagem curta e já cá estive muitas vezes nos últimos meses, por isso sem dúvida que foi especial jogar mais uma final em Portugal”, referiu o alemão de 29 anos, que em 2020 conquistou os torneios internacionais de Faro e Setúbal.

Sobre a final propriamente dita, o jogador da Lisbon Tennis Academy, que se fez acompanhar pelo treinador Manuel Costa Matos, fez um curto resumo: “Foi um grande e longo encontro decidido num par de pontos equilibrados. Claro que teve os seus altos e baixos, mas foi bem jogado e no final ele acabou por capitalizar melhor os pontos importantes. Sendo uma superfície um pouco lenta os vários breaks não importaram tanto como habitualmente e sentimos os dois algumas dificuldades com o vento, mas jogar uma final é sempre bom. Neste momento estou desiludido, mas tenho a certeza de que daqui a umas horas vou olhar para esta semana como uma semana de sucesso.”

Chegada ao fim uma série de três torneios internacionais masculinos consecutivos na região algarvia, Pedro Frazão, diretor dos dois eventos realizados na Vale do Lobo Tennis Academy, fez um “balanço extremamente positivo” da pequena gíria: “Isto obrigou-nos a um esforço suplementar, tanto a nós como ao Centro de Ténis e Padel de Faro e sobretudo à Federação Portuguesa de Ténis, mas o balanço é extremamente positivo. Conseguimos reunir aqui condições que nesta altura do ano poucos lugares do mundo conseguem dar aos jogadores, por isso foi muito bom. Foi pena que nesta última semana os jogadores portugueses não tenham aproveitado tão bem, mas o balanço final é extremamente positivo.”

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