Três torneios, dois estreantes a vencer: eis o resumo semanal do circuito Challenger

A última semana foi bem movimentada no que ao circuito Challenger diz respeito. As cidades de Gran Canária e Nur-Sultan receberam um torneio do circuito pela segunda semana consecutiva e a elas juntou-se São Petersburgo. Na hora de fazer as contas, dois tenistas estrearam-se a vencer provas no circuito secundário.

Challenger de Gran Canária 2

O primeiro estreante no que a títulos Challenger diz respeito esteve em Gran Canária. O jovem Carlos Gimeno Valero (400.º ATP), que em setembro de 2020 venceu um ITF de 15 mil dólares em Sintra, conquistou o quarto título da carreira e o primeiro Challenger.

A semana verdadeiramente imaculada de Gimeno Valero, que venceu sempre tenistas melhor cotados no ranking ATP, começou com um triunfo sobre o francês Constant Lestienne (219.º). O tenista espanhol liderava por 6-4 e 3-1 quando o gaulês se retirou do encontro e lhe deu o acesso à segunda ronda. Seguiu-se o italiano Federico Gaio (138.º) e Gimeno Valero não tremeu, mesmo depois de ter perdido o segundo set, e confirmou o triunfo por 6-0, 3-6 e 6-3.

Nos quartos de final, o jovem de 19 anos voltou a encontrar um tenista transalpino e voltou a sair vencedor. Perante Alessandro Giannessi (163.º), Gimeno Valero triunfou com os parciais de 6-2, 4-6 e 6-2 e marcou encontro nas meias-finais com o esloveno Blaz Kavcic (254.º), que foi o tenista pior classificado que o jovem de Valência encontrou em toda a semana. Numa senda de vitórias em três sets, Gimeno Valero conquistou mais uma, mas desta vez com direito a reviravolta: 3-6, 6-1 e 7-5 para se apurar para a final.

No derradeiro encontro, Carlos Gimeno Valero mediu forças com o belga Kimmer Coppejans (185.º), que começou a semana a afastar Gonçalo Oliveira (296.º) por 7-5 e 7-6(2). Após a vitória inaugural, o belga conquistou mais três triunfos até chegar à final: 2-6, 6-0 e 7-5 frente a Steven Diez (172.º), 7-6(4), 5-7 e 6-0 perante Marco Trungelliti (248.º) e 7-6(1) e 6-2 frente a Eduard Esteve Lobato (483.º).

A final foi dominada pelo jovem espanhol, que impôs um nível alto perante o oitavo cabeça de série. Gimeno Valero eliminou os oito break points que enfrentou ao longo do encontro e converteu três das nove oportunidades que teve, de forma a construir os parciais de 6-4 e 6-2. A capacidade de resposta – venceu 46% dos pontos – do espanhol esteve em destaque e este acabou mesmo por conquistar o título mais importante da carreira até à data, que se traduz numa subida de 105 lugares no ranking ATP e num novo máximo de carreira, o 295.º posto.

Challenger de Nur-Sultan 2

No Cazaquistão, onde Frederico Silva foi novamente a jogo, o grande campeão acabou por ser o checo Tomás Machac (166.º), que continua a assumir-se como um nome de futuro no ténis da República Checa. O jovem de 20 anos conquistou o segundo troféu na categoria, depois de já ter ganho um Challenger em Koblenz, na Alemanha, na época passada.

Ao longo da semana, Machac foi derrotando vários nomes bem conhecidos do circuito ATP. Na primeira ronda, o checo impôs-se perante o suíço Henri Laaksonen (132.º), antigo top 100 mundial, com os parciais de 7-5 e 6-2. Na segunda ronda, o tenista natural de Beroun colocou um ponto final na campanha do norte-americano Mackenzie McDonald (118.º), vencedor do primeiro Challenger na semana passada, com os parciais de 6-4 e 6-1. Chegado aos quartos de final, Tomás Machac não se encolheu perante o primeiro cabeça de série, Soonwoo Kwon (78.º), e arrasou o sul-coreano com uns expressivos 6-2 e 6-1, de forma a marcar encontro com Prajnesh Gunneswaran (134.º). O tenista indiano forçou Machac a jogar três sets pela primeira vez durante a semana, mas o checo prevaleceu por 6-3, 1-6 e 6-2 e avançou para a final.

Na grande decisão, Tomás Machac mediu forças com Sebastian Ofner (171.º), o carrasco de Frederico Silva nos quartos de final da prova. Antes do confronto com o português, que venceu por 7-6(2), 4-6 e 7-5, já o tenista austríaco de 24 anos tinha derrotado Evgeny Donskoy (127.º), por 6-2 e 6-4, e Timofey Skatov (456.º), por 6-3 e 7-6(4). Depois do triunfo sobre o número três português, Ofner avançou para as meias-finais e derrotou o nipónico Taro Daniel (121.º) por 6-3 e 6-4.

A jogar muito bem durante toda a semana e com um primeiro serviço muito apurado, Ofner arrancou da melhor maneira na final e venceu o primeiro parcial, mesmo depois de ter sofrido um break quando servia a 5-3. Ainda assim, Machac manteve-se tranquilo e apesar de não ter o poder de Ofner em termos de serviço, foi vencendo todos esses jogos e esperando pela oportunidade para causar estragos na resposta. Os break points no segundo e terceiro sets foram poucos (apenas quatro), mas Machac fez bom uso deles. O checo converteu 50% das oportunidades nos dois últimos parciais, com um break em cada set, e operou a reviravolta para vencer pelos parciais de 4-6, 6-4 e 6-4.

Aos 20 anos, Tomás Machac está cada vez mais próximo dos 100 primeiros lugares do ranking. O tenista checo sobe 29 posições na hierarquia e assume um novo máximo de carreira no 137.º lugar. Sebastian Ofner, por sua vez, vê também a boa semana resultar na subida de 19 posições. O tenista austríaco assume o 152.º lugar, ainda distante do 126.º que alcançou em maio de 2019 e que permanece como máximo de carreira.

Challenger de São Petersburgo

O segundo estreante a vencer em torneios Challenger é o campeão de São Petersburgo: Zizou Bergs (435.º), jovem belga de 21 anos que iniciou a semana na fase de qualificação e só terminou com as mãos no troféu.

Depois de ter derrotado Nerman Fatic (380.º), por 6-4 e 6-2, e Ivan Nedelko (351.º), por 6-2 e 6-1, Bergs carimbou o apuramento para o quadro principal, no qual se estreou com uma vitória tranquila perante o australiano Harry Bourchier (322.º), com os parciais de 6-4 e 6-2. O belga venceu depois Pavel Kotov (265.º) por 6-0 e 7-5 e garantiu um lugar nos quartos de final, onde derrotou Lucas Catarina (432.º) por 6-3 e 6-4. Na luta por um lugar na final, Zizou Bergs voltou a vencer em sets diretos, desta feita frente ao checo Vit Kopriva (305.º), com os parciais de 7-6(7) e 6-2.

Na grande final, o jovem natural de Lommel defrontou o turco Altug Celikbilek (286.º), que tem apresentado um bom nível neste arranque de temporada. O tenista de 24 anos passou pelas primeiras três rondas sem grandes sobressaltos. Na ronda inaugural, Celikbilek venceu Khumoyun Sultanov (327.º) por 6-4 e 6-1, e deu seguimento com triunfos sobre Alexey Vatutin (262.º), por 6-3 e 7-6(3), e Jesper De Jong (315.º), por 7-6(7) e 6-0. Nas meias-finais, o tenista turco teve o primeiro grande teste e passou com distinção, ao operar a reviravolta frente a Artem Dubrivnyy (436.º), com os parciais de 5-7, 6-2 e 6-3.

Na final, Celikbilek apresentava-se como teórico favorito, mas Zizou Bergs fez questão de contrariar a teoria. Com um primeiro serviço afinado, que lhe valeu nove ases, o tenista belga criou dificuldades ao adversário e saiu quase sempre por cima nos pontos mais importantes. Apesar de Celikbilek ter criado bem mais ocasiões (11) para quebrar o serviço a Bergs, apenas o conseguiu fazer por duas vezes. O menor cotado, por sua vez, converteu três dos cinco break points que teve e venceu pelos parciais de 6-4, 3-6 e 6-4.

A estreia a vencer torneios Challenger vale a Zizou Bergs uma enorme subida no ranking mundial. Esta segunda-feira, o jovem de 21 anos sobe 107 posições e atinge o 328.º lugar, um novo máximo de carreira. Apesar do desaire, Altug Celikbilek também tem motivos para celebrar: sobe 19 lugares e atinge um novo máximo de carreira na 267.ª posição.

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