☕️ da manhã: o melhor ficou mesmo guardado para a sessão noturna (no adeus ao público)

A ordem de jogos já indicava que o melhor podia mesmo estar guardado para o fim, e assim foi: o começo da quinta jornada do Australian Open foi morno e, não fosse um par de encontros, a madrugada teria mesmo sido difícil de acompanhar para quem se aventurou pela noite dentro, enquanto a manhã (sessão noturna em Melbourne) desta sexta-feira tem ténis-fantástico escrito do início ao fim.

“Café da manhã” é o nosso resumo de tudo o que acontece durante a madrugada em Melbourne. Para os que se esqueceram de tomar café, para os que o beberam mas não ficaram noite dentro e até para os que assistiram a tudo.

As contas fazem-se rapidamente: dos nove encontros marcados para a sessão diurna, apenas um não foi resolvido em sets diretos. E foi aquele que deu a Su-Wei Hsieh a terceira passagem aos oitavos de final do Australian Open. Natural do Taipé, a número 71 do mundo (e líder do ranking mundial de pares) batalhou durante 2h44 até que conseguiu colocar um ponto final na resistência da qualifier (e ex-top 10) Sara Errani, para vencer por 6-4, 2-6 e 7-5 e igualar as campanhas de 2008 e 2018.

Na quarta ronda, Hsieh vai defrontar uma das jogadoras que entrou com tudo nesta jornada: checa Marketa Vondrousova, que derrotou Sorana Cirstea por 6-2 e 6-4.

Depois, e praticamente em simultâneo, duas das grandes favoritas arrasaram para marcarem pela primeira vez um frente a frente: na Margaret Court Arena, Garbiñe Muguruza (finalista há um ano) superou Zarina Diyas por claros 6-1 e 6-1 em 56 minutos, enquanto Naomi Osaka (campeã de 2019) passou por Ons Jabeur com 6-3 e 6-2 em 78 minutos.

Em frente seguiu também Serena Williams, que continua à procura da história e que vai defrontar Aryna Sabalenka.

No torneio masculino a ação também começou de forma (muito) morna, com Grigor Dimitrov a aceder aos oitavos de final depois da desistência de Pablo Carreño Busta quando já liderava por 7-0 (ou 6-0 e 1-0…) e Alexander Zverev a passar sem dificuldades por Adrian Mannarino e a vencer por 6-3, 6-3 e 6-1 — quem o viu e quem o vê…

Foi, por isso, preciso esperar pelo final da jornada diurna para haver alguma emoção — e mesmo assim sem contornos épicos: na John Cain Arena, Alan Karatsev derrotou o oitavo cabeça de série, Diego Schwartzman, por 6-3, 6-3 e 6-3.

Vindo do qualifying, o russo de 27 anos (número 114 mundial) pode passar despercebido à maioria dos seguidores da modalidade, já tinha dado nas vistas na reta final de 2020, ao fazer três finais consecutivas em Challengers (das quais venceu duas), chegar à última ronda do qualifying de Roland-Garros e, depois, ao chegar por duas vezes à segunda ronda de torneios ATP (em São Petersburgo e em Sófia, onde começou no qualifying).

Karatsev, que tem como preparador físico o português Luís Lopes, tornou-se no 29.º tenista dos últimos 40 anos a chegar pelo menos aos oitavos de final na primeira participação em quadros principais de torneios do Grand Slam.

Para o russo, segue-se o vencedor de um dos duelos que prometem animar consideravelmente a sessão noturna: na Margaret Court Arena, Denis Shapovalov e Félix Auger-Aliassime vão medir forças numa verdadeira batalha canadiana; enquanto na John Cain Arena se desenrolará o grande encontro do dia, com Nick Kyrgios a servir de anfitrião a Dominic Thiem.

A festa está garantida e será a última dos próximos dias: já esta sexta-feira, o governo do estado de Victoria decretou um novo confinamento de cinco dias para conter a propagação do coronavírus na sequência de um pequeno surto (o pior dos últimos meses), pelo que pelo menos nas próximas cinco jornadas o Australian Open terá de ser jogado à porta fechada.

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