Frederico Silva sai da Austrália satisfeito com a primeira experiência em Grand Slams

Frederico Silva tornou-se, esta segunda-feira, no 11.º tenista português a ir a jogo no quadro principal de singulares de um torneio do Grand Slam desde o começo da Era Open, em 1968. Das Caldas da Rainha para Doha e finalmente para a Austrália, o jogador de 25 anos perdeu com Nick Kyrgios na primeira ronda do Australian Open, mas despede-se satisfeito.

“De uma forma geral fiz um bom jogo e saí satisfeito do court com esta primeira experiência em Grand Slams. Senti que podia ter feito algumas coisas melhor e que isso me ajudaria, mas de uma forma geral foi um bom encontro”, contou ao Raquetc, antes de especificar: “Senti que podia ter servido melhor e que isso seria uma grande ajuda, porque por mérito dele nos jogos de resposta não tive muitas hipóteses. Entrei bem e talvez o encontro tivesse sido diferente se eu confirmasse o break que fiz, mas depois disso ele ganhou confiança e tornou-se mais complicado para mim contrariar o favoritismo.”

Em relação ao adversário que teve pela frente, Nick Kyrgios, o português destacou a principal arma do australiano: “A grande diferença que senti hoje [em relação aos encontros que costuma jogar] foi no capítulo do serviço. Não é uma novidade, porque todos sabemos que os grandes pontos fortes dele são o serviço e a pressão que coloca nos nossos jogos de serviço devido à facilidade com que ganha os dele. Hoje teve uma percentagem muito alta de primeiros serviços e isso dificultou muito a minha tarefa. Do fundo do court também é um bom jogador, mas nesse aspeto senti que estive melhor do que ele muitas vezes.”

Para além de ter sido a estreia em torneios do Grand Slam, foi também a estreia de Frederico Silva num court de grandes dimensões e a situação não passou despercebida ao jovem caldense: “Jogar num dos estádios principais contra o ídolo da casa e em sessão noturna foi um cenário totalmente novo para mim. Senti-me nervoso nalgumas partes do encontro, mas não senti que as circunstâncias me tivessem ‘pesado’ em demasia. Não é igual jogar ali ou nos courts dos Challengers, a que estou habituado, mas acho que lidei bem com isso e não foi aí que perdi o encontro. Ontem tentámos treinar no court para nos ambientarmos e foi uma boa ajuda para hoje me sentir melhor em campo.”

Ao contrário do que acontece habitualmente, Frederico Silva não disputou o quadro principal logo após vencer os três encontros do qualifying, uma vez que devido à pandemia a fase preliminar teve de ser transferida para Doha (e, no caso do torneio feminino, para o Dubai) e depois os jogadores passaram por 15 dias de quarentena antes de jogarem um torneio de preparação.

E por isso o tenista português sentiu que se tratavam de dois torneios diferentes: “Não sei se o resultado e a minha prestação teriam sido diferentes se o encontro tivesse sido logo depois de passar o qualifying, mas com todo este intervalo não senti que fosse uma continuação de Doha. Senti que foi um torneio novo, separado do qualifying, com muitas coisas pelo meio até cá chegarmos. Depois de passar o qualifying tive uma viagem de 14 horas, 15 dias em isolamento, um torneio ATP e uma semana de treinos… Isto não aconteceria se o torneio se jogasse de forma ‘normal’, mas todos sabemos que com esta pandemia temos de nos adaptar e, neste caso específico, agradecer à organização do torneio pelo esforço que fez para que se realizasse.”

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