10 anos depois de ter inscrito o nome no restrito leque de vencedores do prestigiado Les Petits As, considerado o campeonato mundial de sub 14, Quentin Halys está a preparar a 10.ª temporada como tenista profissional e escolheu Lisboa como um dos locais de treino para 2021.
“Os pais da minha namorada vivem cá e eu estava à procura de um local onde pudesse treinar ao ar livre, por isso pensámos ‘porque não?’ e juntámos os dois cenários”, contou, esta segunda-feira, ao Raquetc o atual número 203 ATP (foi 102.º há dois anos) depois de uma sessão de treinos com o campeão nacional de sub 18, Pedro Araújo, na Escola de Ténis Jaime Caldeira.
Sensivelmente um mês depois de ter estado no Norte do país para disputar o Maia Open, Halys — que no currículo conta com três títulos Challenger e a chegada à segunda ronda do Australian Open e Roland Garros — entrou em contacto com Frederico Gil, que fez a ponte com o treinador Eduardo Rodrigues, com quem trabalha desde o verão de 2018.
“Ele veio à procura de ganhar ritmo e poder treinar outdoor e nesse sentido eu tentei chegar ao melhor cenário possível tendo em conta os jogadores e as condições que temos por cá”, explicou o treinador, que para os últimos dias de treinos com Halys deverá receber a companhia de Gil, com quem prepara novos projetos.
Sem uma data de regresso fechada em relação ao regresso a França, onde o governo local pondera um novo confinamento para fazer frente à provável terceira vaga que se aproxima, Halys sabe, no entanto, que no início de 2021 terá como primeiro destino Doha, no Qatar, onde será jogado o qualifying do Australian Open.
“O meu objetivo é qualificar-me para o quadro principal, depois logo se vê. É um torneio que adoro e no qual jogo sempre bem. Este ano infelizmente vai ser diferente, preferia que o qualifying se jogasse em Melbourne porque tenho boas memórias e boas sensações de lá, mas vou tentar qualificar-me para poder voltar à cidade”, afirmou o francês, que enquanto júnior chegou a número três do ranking mundial ITF e jogou cinco finais de torneios do Grand Slam — uma em singulares, no US Open, e quatro em pares, uma delas ao lado do português Frederico Silva, com quem treinará na quarta-feira.
A situação atual faz com que Halys não tenha objetivos concretos em termos de ranking, porque “com as mudanças e o congelamento dos pontos é muito difícil ganhar posições”, mas acima de tudo o ex-número 102 mostra-se confiante em relação ao regresso dos bons resultados: “Tenho de me manter concentrado para ganhar encontros e voltar a ter confiança, porque sinto que o meu nível é o mesmo de quando cheguei ao meu melhor ranking.”