Pedro Felner e a forma de Frederico Silva: “O desafio é ser mais consistente nas suas prestações”

LISBOA – As expectativas eram elevadas após o melhor resultado de sempre em torneios do Grand Slam, mas Frederico Silva sucumbiu esta segunda-feira perante o búlgaro Dimitar Kuzmanov em dois parciais muito equilibrados na primeira ronda do Lisboa Belém Open. No final da partida conversámos com Pedro Felner, técnico do tenista caldense.

“O Frederico entrou pouco determinado e muito passivo. Depois, a perder 5-1, foi mais agressivo, apareceu mais na rede, foi buscar mais os pontos e o jogo começou a mudar. Só que faltaram serenidade e consistência na forma de jogar. Teve muitos altos e baixos. Foi um 7-5 e 6-3 com 2h20, decidido em poucos pontos. Podia perfeitamente ter sido ao contrário”, salientou Felner, enumerando os momentos-chave do duelo. “No 5-5 não manteve a mesma agressividade e tirou um pouco o pé. Deixou o Kuzmanov mais tranquilo nos pontos e isso foi determinante. No 2.º set foram determinantes os dois primeiros jogos. O primeiro teve 3 break points, no segundo 40-15 a servir. Entrou logo a perder 2-0 e ainda teve pontos para 4-4. Andou sempre atrás do resultado”.

Em suma, “foi muito reactivo e pouco activo. Reagia quando estava desfavorável mas quando estava equilibrado vacilava. Custa perder estes jogos porque acho que o Frederico é superior, sabe fazer mais coisas, serve melhor, vai mais à rede, mexe melhor a bola, mas ele teve mérito, defendeu-se bem, jogou bem tacticamente, entregou muito poucas bolas. Obrigava o Frederico a jogar bem, a ganhar os pontos e a estar no jogo de forma consistente e ele hoje não conseguiu”, analisou o técnico.

Desde o recomeço do circuito após a paragem devido à pandemia, o número quatro nacional não tem alcançado bons resultados com a regularidade desejada e Pedro Felner consegue encontrar explicações: “O desafio é ser mais consistente nas suas prestações, resolver os problemas nos jogos com mais tranquilidade. Falta-lhe tranquilidade para quando o jogo não está a encaixar no dele como ele mais gosta ter mais discernimento para resolver os problemas. E tem de conseguir trabalhar o seu jogo para ser ainda mais agressivo e completo. Quando não é favorito consegue jogar mais o ténis que sabe, mas quando é favorito, como hoje [segunda-feira] não se consegue soltar da mesma forma. Este ano, em terra batida, ele conseguiu ser mais forte com os adversários teoricamente mais fortes e nesses encontros foi capaz de mostrar o seu nível”, observou.

Finda a participação no Lisboa Belém Open, Frederico Silva e Pedro Felner partem para Istambul, torneio em hard court, piso onde terminará a temporada de 2020. E seguem sem “grandes objectivos de ranking”. “O ranking não está a funcionar de forma normal, agora é uma corrida para a frente. Vamos tentar pontuar o mais possível, mantê-lo saudável. Até ao 2º semestre do próximo temos muitas hipóteses de pontuar porque o Frederico não perde pontos até ao verão”.

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