Djokovic desembaraça-se de Tsitsipas e regressa à final de Roland-Garros

O que pareceu garantido complicou-se (e muito), mas Novak Djokovic evitou aquele que seria um escorregão inédito em toda a carreira e sobreviveu à batalha com Stefanos Tsitsipas para carimbar pela quarta vez na carreira o apuramento para a final de Roland-Garros. O adversário? Nada mais, nada menos do que Rafael Nadal num encontro que, aconteça o que acontecer, será histórico.

Favorito à vitória no último encontro da jornada, o número um do mundo esteve bem encaminhado para selar a vitória em três sets (e ainda de dia), mas não conseguiu converter o primeiro match point e acabou por ser forçado a uma quinta partida, já de noite, onde se reencontrou e conseguiu, volvidas 3h54 de encontro, carimbar a vitória, por 6-3, 6-2, 5-7, 4-6 e 6-1.

Irrepreensível durante as duas primeiras partidas, Djokovic não conseguiu aproveitar o match point que criou ao 5-4 do terceiro set — e o “desperdício” do sérvio depressa se transformou numa lufada de ar fresco para Tsitsipas, com o grego a renascer para entrar, pela primeira vez, na discussão do encontro. Com a vitória na terceira partida, o campeão em título do Millennium Estoril Open e do Nitto ATP Finals ganhou fôlego, cresceu e começou a negar oportunidades ao número um do mundo, que num piscar de olhos (ou 1h30) se viu empatado a dois sets.

As estatísticas não tardaram a surgir: Djokovic tinha um registo de 237-2 em encontros à melhor de cinco sets depois de ganhar os dois primeiros (as únicas derrotas foram para Nikolay Davydenko, na primeira ronda da Taça Davis em 2008, e Jurgen Melzer nos quartos de final de Roland Garros 2010) e zero derrotas em torneios do Grand Slam depois de ter um match point (três na carreira, em Roterdão 2007, Madrid 2009 e Queen’s 2018).

E não passaram disso mesmo, números interessantes: porque o jogador natural de Belgrado foi rápido a reagir, voltou ao court irrepreensível para o quinto set e aproveitou da melhor forma possível o desgaste de Tsitsipas, que a dada altura quase caiu devido às cãibras, para segurar a vitória que lhe deu acesso à final de Roland-Garros pela quinta vez na carreira.

Campeão em 2016 e finalista em 2012, 2014 e 2015, Novak Djokovic vai ter pela frente o maior obstáculo da história na terre batue: Rafael Nadal, vencedor de Roland-Garros em 12 ocasiões e a partir desta sexta-feira detentor de um impressionante registo de 13-0 em meias-finais. Mas é importante não esquecer que o sérvio é um dos dois jogadores (o primeiro foi Robin Soderling) a ter conseguido derrotar o espanhol no torneio do Grand Slam francês.

Independentemente do que aconteça no domingo, será feita história: se Nadal vencer, igualará os 20 títulos recorde (no circuito masculino) de Roger Federer em torneios do Grand Slam e prolongará a melhor marca de títulos conquistados por um tenista num dos quatro maiores torneios do mundo (já é o recordista, com os 12 troféus em Paris). Se for Djokovic a triunfar, o sérvio será o primeiro tenista masculino da história a deter pelo menos dois títulos em cada Grand Slam… E também o primeiro a vencer o maiorquino numa final de Roland-Garros.

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