PORTO — Gastão Elias derrotou Nuno Borges na final do Porto Open para colocar um ponto final no jejum de três anos e regressar aos títulos. Depois de duas épocas marcadas por lesões e um início de temporada marcado e interrompido pela pandemia, o português de 29 anos está de volta, determinado e, agora, ainda mais motivado.
“É muito importante… Não sei há quanto tempo é que não ganhava um torneio, mas já lá iam uns aninhos. Estou muito feliz, ainda para mais sendo em Portugal”, confessou o ex-número 57 do ranking ATP, que já não segurava num troféu desde a vitória no Challenger de Campinas, no Brasil, há exatamente três anos.
“Para ser sincero, antes de vir para o Porto tive uma das piores semanas de treino dos últimos meses. Não sei se foi por causa das condições de jogo na Beloura, em que tive duas semanas de muito vento, mas senti que perdi um bocadinho a mão e na semana passada estive a batalhar com isso. Não senti a bola em dia nenhum e achava que ia ser muito complicado chegar aqui e fazer um bom resultado. Não estava otimista, a lista do torneio estava fortíssima e não sendo cabeça de série podia apanhar logo um dos favoritos, por isso sair daqui com a vitória é mais do que poderia imaginar”, disse ao Raquetc no pós-jogo.
“Não é fácil ficar tanto tempo sem jogar um torneio, não é fácil jogar uma final depois de tantos anos e não é fácil servir para fechar o jogo e o torneio. Houve algum nervosismo, há sempre, mas aguentei-me bem nos momentos importantes”, acrescentou Elias, que retirou muitas indicações positivas da semana triunfal no Porto.
“Houve vários obstáculos não tenísticos, coisas com as quais foi muito difícil de lidar, do vento à chuva, a incerteza em relação a entrar ou não no court. Ter força mental e capacidade de lutar sem as condições serem boas e defrontar alguém com quem tinha perdido nas últimas três ou quatro vezes não era nada fácil. Tive de ser humilde para mudar o meu estilo de jogo e arranjar maneira de contrariar o ténis ofensivo dele. E isso demonstra que estou mentalmente disponível para lutar e arranjar soluções. Tenho a certeza de que isto me vai ajudar a ir buscar motivação para voltar lá acima”, concluiu Gastão Elias.
A próxima paragem programada é o ITF de 15 mil dólares em Setúbal, já na próxima semana, mas com o sucesso na cidade invicta o jogador português — que vai subir mais de 80 lugares no ranking ATP — está a ponderar “saltar” o torneio para preparar da melhor forma possível o regresso à terra batida no Lisboa Belém Open, a partir de 12 de outubro, no CIF, em Lisboa.