Pedro Sousa, João Domingues e Frederico Silva já chegaram a Paris, cidade que a partir de segunda-feira recebe a adiada e tão polémica edição de 2020 de Roland Garros, o Grand Slam que se sobrepôs às restantes preocupações e foi rápido a salvar a própria pele (e carteira). Os três portugueses vão a jogo no qualifying e têm como objetivo imediato agarrar um bilhete para o quadro principal, onde está João Sousa.
“As expetativas são fazer um bom torneio aqui”, começou por revelar ao Raquetc o lisboeta Pedro Sousa, que aos 31 anos ainda procura a primeira participação no quadro principal do histórico torneio parisiense. “Ainda estou à procura de voltar ao ritmo competitivo que tinha antes da paragem. Vou-me sentindo melhor a cada dia e acho que vou estar em boas condições, sinto-me bem.”
Depois de uma passagem fugaz pelo US Open, onde conseguiu entrar diretamente no quadro principal graças à ausência de qualifying (uma medida que abriu espaço para mais vagas diretas), o número dois português teve, à semelhança do que aconteceu em Nova Iorque, de aguardar no quarto até receber o resultado negativo no primeiro teste à covid-19.
Habituado a contar com a presença de espetadores nas bancadas, Sousa admitiu que “é triste jogar estes torneios em complexos totalmente vazios, mas ainda assim é melhor do que nada e resta esperar que a situação volte ao normal o mais rápido possível.”
Aos 23 anos, Frederico Silva está pela primeira vez em Roland Garros como profissional e, porque chegou antes, já teve a possibilidade de sair do hotel para realizar os primeiros treinos na terra batida parisiense. “Depois de termos o resultado negativo já podemos sair do quarto, mas continuamos sem poder sair do hotel”, contou. “O almoço é no clube e o jantar no hotel, por isso as nossas deslocações estão limitadas a hotel-clube-hotel.
No entanto, o caldense diz que “mesmo com todas estas restrições é muito bom poder jogar um torneio do Grand Slam e estou muito contente por voltar a estar aqui e jogar o torneio”.
O objetivo, esse, é claro: “Todos os jogadores que vêm ao qualifying têm como principal objetivo entrar no quadro principal e é também esse o meu. Sinto-me bem preparado para o torneio e apesar de não ter conseguido alcançar os objetivos que tinha em relação a resultados fiz bons jogos nos Challengers na República Checa e consegui boas vitórias. Perdi alguns encontros por muito pouco, mas os bons encontros que fiz deram-me confiança para vir aqui ao qualifying a saber que, se estiver bem, posso ganhar qualquer encontro.”
O primeiro obstáculo de Silva vai ser Viktor Troicki. O tenista sérvio tem muitas credenciais no circuito, mas até é de boas memórias para o pupilo de Pedro Felner, uma vez que o derrotou há poucas semanas. “É um jogador muito perigoso, que já teve um ranking muito melhor do que o atual. Sei que tenho de jogar bem para ganhar e vou preparar o encontro da melhor forma possível para conseguir passar a primeira ronda.”