Protestos contra a injustiça racial cancelam jornada de quinta-feira em Cincinnati

Quando os Milwaukee Bucks boicotaram o quinto jogo da primeira ronda dos play-offs da NBA frente aos Orlando Magic, começou a escrever-se uma das páginas mais importantes da história do basquetebol nos Estados Unidos da América. E bastaram apenas mais algumas horas para o movimento se alargar primeiro a outras equipas, depois à própria liga e, pouco depois, até a outros desportos — ténis incluído: esta quinta-feira não haverá nenhuma bola a saltar no Western & Southern Open, que interrompeu o torneio em solidariedade com os protestos contra a injustiça racial e violência policial na sequência dos sete disparos sobre Jacob Blake.

No ténis, o movimento começou pelas mãos de Naomi Osaka, que no início da noite recorreu às redes sociais para explicar a sua decisão: “Antes de ser uma atleta, sou uma mulher negra e sinto que há coisas mais importantes e que precisam de mais atenção imediata nesta altura do que verem-me a jogar ténis. Não espero que nada de drástico aconteça com esta minha decisão, mas se puder começar uma discussão numa modalidade maioritariamente de brancos considero isso um passo na direção certa.”

Horas depois, as associações de tenistas profissionais (ATP e WTA) tomaram uma decisão semelhante e anunciaram o cancelamento de toda a jornada de quinta-feira, “empurrando” as meias-finais para sexta-feira e as finais para sábado, apenas dois dias antes do arranque do US Open.

“Como desporto, o ténis está, coletivamente, a tomar uma posição contra as desigualdades raciais e a injustiça social que uma vez mais foram postas em evidência. A USTA, a ATP e a WTA decidiram reconhecer este momento e colocar o torneio em pausa na quinta-feira”, lê-se no curto, mas histórico comunicado emitido.

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