Depois de uma longa pausa e três torneios de preparação, João Sousa, Frederico Marques e Carlos Costa já estão em Nova Iorque, onde depois de um detalhado — mas necessário — processo tiveram “luz verde” para iniciarem a preparação para o Western & Southern Open, que arranca na quinta-feira com os encontros da fase de qualificação.
Ao Raquetc, o treinador do melhor jogador português de sempre explicou como foram os últimos dias: “Viajámos por paris, porque a ATP tem acordos com França, Áustria, os países onde se estão ou vão jogar torneios e que dão a possibilidade de se entrar na Europa através dos Estados Unidos sem fazer quarentena. Por isso optámos por voar de Barcelona para Paris e depois de Paris para Nova Iorque”.
“A chegada foi bastante tranquila”, acrescentou Frederico Marques. “O aeroporto estava bastante deserto, algo nada normal para Nova Iorque nestas datas, em que há sempre grandes filas para fazer o passaporte e muito trânsito. Desta vez foi tudo bastante rápido e fomos diretos do aeroporto para o hotel, que é o Marriott, em Long Island. Está a cerca de 45 minutos do aeroporto e assim que chegámos fizemos o teste de sangue e a zaragatoa no nariz. Só depois é que pudemos fazer o check-in, deram-nos o quarto e tivemos de permanecer nele até recebermos o resultado negativo. Tivemos alguma sorte no processo, porque fizemos o teste no último momento do dia, às 17h, e recebemos o resultado negativo logo às 9h da manhã.”
“Houve atletas que o fizeram logo de manhã e só receberam o resultado 24 horas depois, mas nós só precisamos de passar a tarde e a noite no quarto. Jantámos, tomámos o pequeno almoço e depois conseguimos sair. Quando se tem a primeira mensagem no telemóvel a demonstrar que demos negativo já podemos ir à receção, fazer a credencial e marcar campos”, acrescentou o treinador, antes de se debruçar sobre os primeiros treinos realizados na “Big Apple”.
“No domingo choveu de manhã, por isso fizemos o primeiro treino à tarde. Treinámos durante 1h30 com o Stefanos Tsitsipas no Artur Ashe Stadium. Foi uma boa experiência, em que continuámos a dinâmica de treinar com jogadores de top 20 e com um bom nível, porque quero que o João tenha essa exigência. Na segunda-feira de manhã treinámos com o Jannik Sinner e à tarde voltámos a estar 1h30 com o Tsitsipas no Artur Ashe.
“Hoje [terça-feira] voltámos a treinar uma hora e meia, mas com o Félix Auger-Aliassime, e da parte da tarde dei descanso ao João, porque temos de começar a reduzir para estar na máxima força na quinta-feira. Amanhã [quarta-feira] vamos fazer um treino de 45 minutos à tarde, já em modo de competição, para que ele esteja completamente recuperado e para que treine de acordo com o primeiro adversário, depois de sair o quadro.”
De Barcelona para Nova Iorque, João Sousa e Frederico Marques viajaram acompanhados de Carlos Costa, fisioterapeuta que estará com eles até ao final da temporada: “Temos 11 torneios até ao final da temporada, começamos em Cincinnati e acabamos em Sófia. Sabemos que nalgumas semanas teremos de competir na fase de qualificação, mas queremos competir e continuar entre os melhores, como temos feito nos últimos anos.”
Sobre a “bolha sanitária” que a associação de ténis norte-americana (USTA) montou no complexo de Flushing Meadows, em Nova Iorque, Frederico Marques explicou os níveis de restrições que estão em efeito: “Os jogadores são os únicos que têm acesso a todas as áreas, porque só eles é que podem ir aos balneários. De resto, os treinadores podem ir a tudo o que é indoor, mas os preparadores físicos têm de fazer todo o trabalho lá fora. As zonas onde as pessoas andavam e comiam foram transformadas em ginásios exteriores e áreas de descanso, com jogos e zonas de comida, portanto está bastante bem feito.”