Opelka arrasa a ATP: “Os jogadores não deviam ter de ajudar, mas neste caos é necessário”

Kosmos Tennis

Reilly Opelka não é fã da forma como a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) tem lidado com a paralisação total do circuito mundial devido à pandemia do novo coronavírus e não fica por meias palavras.

Vencedor de um dos primeiros torneios (não oficiais) da nova era, o norte-americano teceu críticas duras ao organismo que gere o ténis masculino: “Acho que não podiam ter lidado pior com a situação. Deixaram-nos completamente às escuras, não sabemos o que é que se está a passar. E os executivos não anunciaram cortes nos ordenados. Na WTA, na ITF e na USTA [a federação norte-americana] fizeram-no e na WTA deram às jogadoras o prize-money equivalente à primeira ronda em indian Wells, mas a ATP deixou-nos totalmente às escuras.”

As declarações foram prestadas à revista Racquet, à qual Opelka afirmou mesmo que “não parece bem os executivos da ATP fazerem mais dinheiro este ano do que o Roger Federer em prize-money e não consigo perceber as razões.”

Número 39 do mundo, o jogador natural de St. Joseph, no Michigan, também afirmou que “os jogadores não deviam ter de ajudar os outros jogadores, mas tendo em conta o caos em que estamos, parece necessário, parece ser a única esperança que eles têm. Por isso de certa forma apoio o Plano de Apoio aos Jogadores. Acho que há muitos jogadores nos 200 primeiros que estão a pagar a um treinador, a um fisioterapeuta, a tentar fazer as coisas de uma forma extremamente profissional e que agora estão em dificuldades. Não quero ser desrespeitoso, mas acho que os jogadores que são 650.º ou 700.º do mundo estão a poupar dinheiro, porque neste momento não têm despesas. Proteger os jogadores entre 100 e 400 tem de ser a prioridade número um.”

Na mesma entrevista, Reilly Opelka também deixou críticas ao “caos” que rodeia a modalidade, desde os direitos televisivos à “falta de liberdade”: “A ATP multa-me de cada vez que eu bebo um Red Bull no court. Sempre bebi Red Bull no court, mas eles multam-me por tudo. Os logos (de patrocinadores nos equipamentos) só podem ter um determinado tamanho e o argumento deles é que este é ‘um desporto de cavalheiros’, mas se olharmos para o golfe, que é muito mais um desporto de cavalheiros, vemos que eles parecem pilotos do NASCAR, com logos por todo o lado.”

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