Com a saúde em primeiro lugar, ferramentas como o Skype ajudam a equipa do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis a reinventar toda uma semana de trabalho depois da realidade do dia-a-dia ter sido alterada de forma abrupta pela pandemia de coronavírus.
“Todos os atletas estão nas suas casas e a sua saúde é o mais importante neste momento”, contou-nos Rui Machado no início da semana.
“No que respeita ao trabalho do Centro de Alto Rendimento com os seus atletas, desde a segunda-feira passada [16 de março] que implementámos um plano de treinos por Skype. Todos os dias fazem uma sessão de condição física com o preparador físico e uma sessão de prevenção de lesões com o fisioterapeuta. Têm também as habituais duas sessões semanais com a mental coach e esta semana começámos a implementar mais uma sessão diária com os seus treinadores responsáveis, de análise tática e alguns aspetos mais teóricos”, detalhou o Coordenador Técnico Nacional.
O algarvio de 35 anos acrescentou que “ficámos muito surpreendidos pela positiva pela forma como se adaptaram a esta nova situação” a “importante iniciativa” tomada por “muitos clubes que estão a fomentar alguns treinos em casa”, aspeto fundamental para “manter os atletas ativos”.
Apesar de na última semana ter sido decretado pelo Ministério da Educação — que tutela o desporto — que os atletas de alto rendimento e respetivos treinadores e acompanhantes estão entre as exceções que permitem a circulação “sempre que necessário”, Rui Machado diz que a Federação Portuguesa de Ténis está “a trabalhar o assunto diretamente com o Instituto Português do Desporto e da Juventude, que está em contacto com a Direção Geral de Saúde, e estamos a aguardar diretrizes sobre o assunto.”
Mas “o mais importante neste momento”, repete, “é a saúde de todos e não correr riscos”.
Com o Mundo em suspenso, o ténis não foge à regra. Em Portugal, o surto de coronavírus levanta inúmeras preocupações relacionadas com todos os agentes da modalidade, desde clubes a treinadores, jogadores, oficiais de arbitragem e todos os outros que possam estar envolvidos na organização dos mais variados eventos relacionados com a modalidade.
Rui Machado reconhece que dar a volta aos efeitos do Covid-19 “será certamente uma situação difícil, quer no ténis quer em todos os setores da nossa sociedade, e conclui afirmando que “assim que for possível teremos de encontrar soluções para voltarmos a dinamizar o ténis nacional.”