Quando chegou a Portugal em março de 2018, Lloyd Harris estava longe de imaginar o que aquela quinzena em terras lusitanas lhe reservava. O sul-africano já tinha um currículo recheado no circuito ITF e o nível “estava lá”, mas faltava-lhe mais um impulso e duas vitórias em torneios do Cascais NextGen Tour acabaram por servir de catapulta. Nem dois anos depois, está pela primeira vez na final de um torneio ATP.
Hoje com 22 anos e na 91.ª posição do ranking ATP, o atual número 1 da África do Sul — Kevin Anderson esteve muito tempo lesionado e saiu do top 100 — está a construir um percurso sólido no escalão principal do ténis masculino. Em julho estreou-se no quadro principal do torneio de Wimbledon frente a Roger Federer e o maior de todos os passos foi dado na madrugada desta sexta-feira, em que derrotou o norte-americano Tommy Paul numa batalha de qualifiers para chegar à final do novo torneio de Adelaide, na Austrália.
Os parciais de 6-4, 6-7(3) e 6-3 atestam a dificuldade de um encontro que valia a qualquer um dos jogadores a estreia em decisões deste nível. Harris e Paul partiram em posições semelhantes — têm ambos 22 anos e estão a dar os primeiros passos no top 100, tendo o norte-americano 4 títulos Challenger no currículo e o sul-africano 3.
Nem dois anos depois de ter vencido os ITFs de 25.000 dólares que se jogaram na Vilamoura Tennis Academy e no Lisboa Racket Centre e faziam parte do Cascais NextGen Tour (que premiou o melhor jogador português com um wild card para o qualifying do Millennium Estoril Open), Lloyd Harris está pronto para voos mais altos.
O dia mais importante da carreira do jogador natural da Cidade do Cabo acontece já este sábado e a final não promete facilidades: vai jogar ou contra o russo Andrey Rublev (#18), que começou o ano a ganhar o torneio de Doha e entretanto já somou mais duas vitórias, ou contra o canadiano Félix Auger-Aliassime (#22), também ele visto como uma das maiores promessas da nova geração.
