Da surpreendente Noruega à madrugadora Bulgária, o primeiro dia da ATP Cup foi recheado de emoções

Não se sabia bem o que se esperar, mas um par de horas bastou para a tónica da ATP Cup ser posta em evidente: tal como nas Davis Cup Finals, também a nova taça da Associação dos Tenistas Profissionais é propícia a madrugadas longas, cada vez mais surpresas e, claro, várias emoções — mesmo que o ambiente desejado ainda não passe de uma miragem.

Tudo começou com o Canadá. Grandes revelações da primeira edição das Davis Cup Finals, Félix Auger-Aliassime e Denis Shapovalov voltaram a brilhar e frente à Grécia assinaram a primeira vitória da história da competição.

No duelo inaugural em Brisbane, Auger-Aliassime não sentiu nenhumas dificuldades em superar o desconhecido Michail Pervolarakis (487.º), a quem aplicou os parciais de 6-1 e 6-3 para entrar para a história da competição. A esse seguiu-se o bem mais aguardado — e difícil — encontro entre os dois melhores jogadores de cada país, com Shapovalov a brilhar para se impor perante Stefanos Tsitsipas pela terceira vez em quatro encontros. 7-6(6) e 7-6(4) foram os parciais da vitória do canadiano sobre o mais recente campeão do Nitto ATP Finals.

Nos pares, já sem influência no desfecho do confronto desta sexta-feira mas importantes para as contas da fase de grupos (uma vez que para além dos primeiros classificados também se apuram os dois melhores segundos classificados), Shapovalov e Auger-Aliassime voltaram à ação e derrotaram Pervolarakis e Petros Tsitsipas (o irmão do número 6 mundial) por 6-2 e 6-3 em apenas 68 minutos.

A ação até começou primeiro em Sydney, mas Steve Darcis (que deu um passo atrás na reforma para defender as cores da Bélgica na ATP Cup) e Alexander Cozbinov (que ocupa o modesto 818.º posto no ranking) envolveram-se numa batalha sem igual para começar o ano — de tal forma que só ao fim de 3h10 o mais cotado dos dois conseguiu vencer, e com os parciais de 6-4, 6-7(4) e 7-5. David Goffin foi mais rápido e fechou a vitória belga frente a Radu Albot (6-4 e 6-1) antes de Sander Gille e Joran Vliegen ampliarem a vantagem no par.

A outra surpresa da sessão diurna (noturna para os que combateram o sono para assistirem à distância ao primeiro de muitos dias de ténis durante o verão australiano) aconteceu em Perth, onde a Noruega derrotou os Estados Unidos da América por 2-1. O grande obreiro da eliminatória foi Casper Ruud, que depois de ver Viktor Durasovic (332.º) perder para Taylor Fritz (6-2 e 6-2) levou a melhor numa enorme batalha com John Isner (6-7[3], 7-6[10] e 7-5) e voltou à ação para, ao lado do compatriota, derrotar os especialistas de pares Austin Krajicek e Rajeev Ram por 4-6, 6-3 e 10-5.

Já o sol se estava a pôr em Brisbane quando a equipa da casa reuniu várias razões para celebrar no meio de tantas preocupações: quer Nick Kyrgios, quer Alex de Minaur venceram e assim a Austrália conseguiu um triunfo muito importante frente à Alemanha num dos confrontos mais aguardados de toda a fase de grupos, enquanto em Perth a Rússia de Karen Khachanov (7-5 e 6-3 a Stefano Travaglia) e Daniil Medvedev (1-6, 6-1 e 6-3 frente a Fabio Fognini) superou a Itália — a vantagem foi ampliada no par, e que Khachanov e Medvedev superaram Simone Bolelli e Paolo Lorenzi por 6-4 e 6-3.

A jornada mais longa do primeiro dia ficou reservada para Sydney, que não só foi a primeira cidade a dar as boas-vindas à competição como a última a concluir a ação. E de que forma: só às 2h47 da manhã é que a Bulgária consumou a vitória sobre a Grã-Bretanha, por 2-1. Depois de dividirem pontos nos encontros de singulares (Cameron Norrie derrotou Dimitar Kuzmanov por 6-2, 3-6 e 6-2 e Grigor Dimitrov deu a volta a Daniel Evans para vencer por 2-6, 6-4 e 6-1) os dois países precisaram de esperar para decidirem o dia no par, que ganhou contornos épicos e viu Dimitrov/Alexandar Lazarov salvarem dois match points para vencerem Jamie Murray e Joe Salisbury por 7-6(5), 6-7(2) e 11-9.

E assim foi o primeiro dia da ATP Cup, que continuará distribuída pelas cidades de Brisbane, Perth e Sydney ao longo das próximas cinco jornadas e só a partir dos quartos de final se reúne nas imediações da mais famosa sala de ópera do planeta.

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