A fechar 2019, Pedro Felner (Diretor Geral da Felner Tennis Academy e treinador) analisa, numa grande entrevista exclusiva ao Raquetc, a melhor temporada da carreira de Frederico Silva, o ano que se segue e também o momento e o futuro do ténis nacional.
Uma conversa a não perder.
ENTREVISTA
— Chegou ao fim a melhor temporada da carreira do Frederico. Mas, para lhe fazer justiça, talvez faça mais sentido falar nos melhores seis meses da carreira do Frederico. E como lançamento de conversa começava por lhe pedir um balanço deste período competitivo.
Sim, diria que foi o melhor período da sua carreira profissional. Conseguiu somar mais de 200 pontos ATP em apenas 3 meses fruto de uma grande consistência de resultados. O balanço total da época não é muito positivo porque no primeiro semestre praticamente não conseguiu competir. No entanto, valeu por estes meses, principalmente pelo nível de ténis que conseguiu exibir em muitos jogos e que nos fazem estar optimistas para o futuro.
— Qual é o resultado que mais destaca? E porquê?
As meias-finais em Kaoshiung, Taiwan. Era um torneio Challenger de 150.000 dólares (o nível mais alto do circuito) e tinha um quadro muito forte. Pelo caminho acabou por eliminar o primeiro cabeça de série (o polaco Kamil Majchrzak, 84.º ATP). No entanto, esta meia-final acabou por nos saber a pouco depois do Frederico ter estado a liderar por 4-1 no terceiro set. Na altura foi uma derrota dura mas ficam as boas memórias e o registo de mais uma excelente semana.
— O início de época foi atribulado por duas hérnias inguinais que fizeram com que o Frederico só conseguisse jogar regularmente a partir de maio. E quando o fez começou rapidamente a somar bons resultados. Qual foi o trabalho que fizeram nesses três, quatro meses em que não puderam competir e que depois lhe permitiu “explodir”?
Em qualquer período de lesão o que importa é procurar saber as limitações da lesão e que tipo de trabalho o atleta está disponível para fazer. A partir daí é importante definir novos objectivos e um plano de trabalho. Nestes períodos sempre tivemos muito claro o que queríamos continuar a potenciar no jogo dele. Não é fácil motivar um atleta que está limitado por uma lesão e que não pode fazer o que mais gosta, que é estar em competição. A única forma de o fazer é estar focado no processo, fazê-lo acreditar que esse período pode ser uma oportunidade para melhorar o seu ténis. Não fizemos nada diferente desta vez e acredito que esta “explosão” tem sido progressiva. Já no final do ano passado (antes da paragem para a cirurgia à hérnia) o Frederico tinha jogado a muito bom nível, com vitórias sobre jogadores difíceis como Sugita, Nishioka, Kuhn e Ramanathan.
— A dada altura começou até a parecer fácil… Este sucesso é fruto de uma evolução psicológica, tática ou um misto de ambas?
É um pouco de tudo. O chamado ciclo positivo: feliz por estar a competir, melhorou o seu nível de ténis e está bem fisicamente. Isto traduz-se em mais vitórias e com elas mais confiança.
— O pico de forma aconteceu no continente asiático, onde o Frederico somou várias vitórias sobre jogadores muito acima dele no ranking. O ATP Challenger Tour era um circuito em que já tinha jogado várias vezes mas agora pode dizer-se que está “na praia dele”, concorda? Sentiram isso quando estavam a abordar os últimos torneios, que eram um dos principais alvos a abater?
Foi a primeira vez na carreira que o Frederico conseguiu estar 4 ou 5 meses seguidos a jogar no circuito Challenger sem ser obrigado a parar ou a regressar aos torneios Future para somar pontos ou para ganhar ritmo competitivo. Estes resultados acabam por não me surpreender. Sabia que a partir do momento em que conseguíssemos competir todas as semanas o Frederico ia começar a “furar” os quadros. Foi isso que acabou por acontecer este ano e traduziu-se em mais confiança para ele e também em mais respeito por parte dos adversários. Os jogos ganham-se antes de começarem e sinto que os adversários o respeitam mais, o que também nos ajuda. Não tenho dúvidas que nestes torneios na Ásia nenhum jogador fazia questão de o apanhar pelo caminho.
— Ficou a faltar, por muito pouco, a primeira final. Mas acredito que nestes meses tenha sido possível desbloquear muitas barreiras mentais, até porque alcançaram o melhor ranking da carreira e a presença no Australian Open. Partiram para a abordagem à época com estes objetivos no horizonte ou só começaram a pensar neles a dada altura?
O histórico dos últimos anos leva-nos a ser mais conservadores e a estar mais focados no curto prazo. Ir definindo objectivos de curto prazo e ir atualizando esses objectivos em função daquilo que vamos conseguindo atingir. Sem nunca esquecer que o primeiro grande objectivo é estar saudável. Se atingirmos esse, os outros vão aparecendo naturalmente. O Frederico tem a sua forma muito pessoal de abordagem aos novos desafios, é muito racional em todas as abordagens. Às vezes precisa de alcançar primeiro para depois acreditar. Como é muito trabalhador, profissional e talentoso acaba por agarrar o nível e quando o agarra não é fácil tirá-lo de lá. O seu percurso foi feito assim desde os escalões juvenis.
— São objetivos com significados diferentes mas consegue elaborar o nível de importância de cada um?
Acabam por estar relacionados. Sabemos que ao melhorar o ranking se abrem novas oportunidades. Em julho deste ano estávamos a 350 ATP e a muitos pontos de distância do ranking que nos permitiria entrar no Open da Austrália. O primeiro grande objectivo era ganhar ranking para podermos estar tranquilos a competir nos torneios Challenger. Depois de regressar ao top 300 o passo seguinte seria entrar no top 250 e com isso sim, garantir a entrada na Austrália. Alcançado esse objectivo, o desafio natural era tentar entrar no top 200, o que acabámos por conseguir.
— Colocando os olhos no Australian Open, que será uma das primeiras paragens do novo ano, que meta têm definida para Melbourne?
Ganhar o primeiro jogo! Se o conseguirmos, vamos olhar para o próximo. Como no futebol: jogo a jogo.
— Há quase quatro anos que o Frederico não joga um torneio do Grand Slam mas ao mesmo tempo tem como bagagem importante três grandes passagens enquanto júnior. Há alguma coisa que consigam retirar dessas experiências na abordagem a semanas como esta?
Ele tem dez participações em torneios do Grand Slam nos escalões juniores e uma já como profissional. Isso acaba por ser uma ajuda importante. Já está mais familiarizado com o ambiente e com tudo o que rodeia estes torneios.
— A distribuição do prize-money é um dos assuntos constantes na agenda do ténis e os torneios do Grand Slam são vistos como uma grande oportunidade em termos financeiros para os jogadores que não fazem parte da “elite”. Uma participação como esta que aí vem já tem influências na forma como um grupo de trabalho aborda uma temporada?
Sim, os torneios do Grand Slam acabam por ser uma grande ajuda financeira, especialmente quando ainda não se atingiu a tal “elite”. Dá mais tranquilidade em termos financeiros e permite um maior investimento na carreira.
— Ainda nesta temática, a falta de apoios financeiros é constantemente apontada como um dos grandes problemas do ténis no nosso país. Já viu desaparecerem grandes talentos por essas razões? O que é que deve ser feito para combater o problema?
Já vi vários. Na verdade, uma grande maioria dos atletas acaba por desistir porque percebe que sem apoios financeiros não consegue reunir as condições necessárias para poder dar continuidade à sua carreira. Algumas coisas já estão a ser feitas, nomeadamente o investimento da Federação Portuguesa de Ténis na organização de torneios internacionais em Portugal. Isto ajuda muito os atletas numa determinada fase da sua carreira, porque o programa competitivo custa muito dinheiro. No entanto, são necessários mais apoios públicos e privados. Sem isso, muitos atletas continuarão a desistir do ténis ou a optar pelas universidades americanas.
— A ausência de resultados até maio faz com que tenham o caminho aberto durante quase metade do ano. Em que objetivos é que isto se traduz? Já têm metas definidas?
É verdade que o Frederico tem muito poucos pontos a defender até ao verão de 2020, o que poderá facilitar a ascensão no ranking. O primeiro grande objectivo de carreira do Frederico é atingir o top 100. No entanto, não temos um objectivo de ranking estabelecido para o próximo ano. Vamos estabelecendo metas de curto prazo e tentando superá-las.
— E relativamente ao calendário, quais serão as primeiras paragens da nova época? Sei que há a possibilidade de Portugal fazer parte da primeira edição da ATP Cup [atual primeiro alternate]…
De momento a única coisa que temos certa é que vamos jogar o Open da Austrália. A semana antes ainda não sabemos o que fazer. Apesar de Portugal estar como primeiro alternate para a ATP Cup as possibilidades de entrar são remotas. Depois da Austrália estamos a planear jogar um Challenger em Bangkok e depois o ATP de Pune e o Challenger de Bangalore, na Índia.
— Apesar de ainda ser novo, o Frederico já teve vários períodos da carreira em que não pôde competir por problemas físicos e sempre se disse que nunca desistiu e que sempre continuou empenhado. Consegue detalhar-nos esses momentos que passaram e a forma como os superaram?
Na verdade foram anos difíceis. Todas as lesões que o Frederico teve foram lesões sem grande gravidade e que nunca colocaram em causa a sua carreira mas foram suficientes para o impedir de jogar de forma continuada, obrigando-o a sucessivas paragens. Obviamente que estas paragens dificultam muito a ascensão no ranking. Quando teve a sua primeira lesão no pulso tinha 20 anos e estava a 231 ATP. Estava a fazer o seu percurso, à sua velocidade. Mais devagar que alguns mas mais rápido que a esmagadora maioria dos jogadores da sua idade. Todos os anos foi melhorando o ranking. Claro que depois é difícil ter 23 ou 24 anos e andar a lutar para voltar a entrar no top 300. No entanto, ele ainda é muito novo e o potencial continua lá. Temos procurado ao máximo aproveitar os períodos em que está lesionado para melhorar o seu ténis de forma a regressar mais forte.
— Também sobre o trabalho fora do campo, estamos a falar de um jogador que desde muito cedo fez bons resultados e foi apontado como um grande talento. Como é que se lida e trabalham as expetativas num jogador tão novo como ele era? Que trabalho é que fizeram? Ainda o fazem?
É importante conseguirmos estar focados no processo e não dar muita importância àquilo que os outros pensam. Para o bem e para o mal. Já houve momentos em que sentimos grandes expectativas e outros em que sentimos que ninguém acreditava em nós. É sempre assim. O segredo é ser persistente, acreditar no processo, manter a humildade e trabalhar muito.
— O Pedro passa muitas semanas fora a viajar pelo circuito mas também tem todo o trabalho relacionado com a Felner Tennis Academy, que para além do Frederico Silva conta com muitos outros jogadores. Atualmente trabalham com quantos tenistas? E como é que fazem essa gestão das várias carreiras e, talvez, diferentes objetivos?
Temos cerca de 20 atletas “residentes” e depois colaboramos com vários atletas que fazem períodos de treino connosco. Procuramos ao máximo individualizar os programas e adaptá-los aos jogadores, aos seus objectivos e à sua capacidade financeira. Temos atletas com diferentes objectivos, sendo que apenas uma minoria quer ou tem condições para chegar ao ténis profissional. Ajudamos cada vez mais jogadores a “ganhar nível” para conseguir bolsas de estudo nos EUA. Nos últimos anos “exportámos” muitos jogadores para as universidades americanas, alguns deles já com ranking ATP ou WTA, como foi o caso do Guilherme Osório, da Inês Mesquita ou da indiana Nandini Sharma.
— Pelo que vou observando chegam-vos jogadores um pouco de todo o mundo enquanto por cá a impressão principal ainda é a de que é preciso ir para fora. Que trabalho é que fazem para conseguir “combater” este “fenómeno”?
O que fazemos é tentar provar que isso não é verdade. Foi por isso que criámos uma residência para atletas, temos um colégio parceiro e tentamos criar as melhores condições de treino possíveis. Temos treinadores envolvidos a 100% na competição, preparador físico a full-time na academia, apoio de uma clinica de fisioterapia e treinadores para viajar com os atletas. Conheço bem o que se faz lá fora e estou certo que trabalhamos tão bem ou melhor que em qualquer academia de referência a nível internacional. A prova disso é que muitos atletas estrangeiros nos procuram para os ajudar nas suas carreiras. Para além disso temos tido vários atletas com excelentes resultados a nível nacional e internacional. Nos últimos anos conseguimos estrear 11 atletas nos rankings ATP e WTA, todos eles entre os 16 e os 20 anos de idade. Penso que isso é bastante significativo para uma pequena academia e para a realidade do nosso ténis.
— Como treinador ao mais alto nível, ex-selecionador, responsável por uma das maiores academias do país e no fundo “homem do ténis” que é, que análise faz ao panorama atual do ténis em Portugal?
Tenho uma sensação ambivalente. Por um lado, vejo vários aspectos positivos que me fazem estar optimista para o futuro: uma Federação saudável em termos financeiros, muitas competições internacionais, projetos de excelência como o circuito Vanguard Stars, um programa de formação de treinadores dinâmico e com qualidade e técnicos competentes. Temos um jogador bem metido no top 100 há muitos anos e um conjunto de jogadores profissionais a jogar ao mais alto nível e que ainda podem aspirar a voos mais altos. No entanto, e daquilo que conheço, parece-me que o cenário para o futuro não é muito animador. Vejo poucos jovens jogadores a destacarem-se nos escalões juvenis e nos circuitos júnior, ATP e WTA.
— Num artigo de opinião que escreveu para o Raquetc em março, a propósito das alterações levadas a cabo pela ITF, referiu que a Federação Portuguesa de Ténis tem de “continuar a apoiar os eventos profissionais” e ao mesmo tempo “apoiar e dinamizar um circuito interno que dê possibilidade de competir aos que não conseguem jogar profissionalmente”. Entretanto a ITF deu um passo atrás e as regras do circuito internacional aproximaram-se do que eram, mas quais seriam as suas soluções para um circuito interno que vá de encontro às nossas necessidades?
As alterações feitas pela ITF no ano passado criavam um grande vazio competitivo e muitos jogadores viram-se impossibilitados de competir. Felizmente a ITF recuou e o cenário melhorou. Independentemente disso, acho que seria muito importante voltar a dinamizar um circuito forte de torneios sénior com prize-money, à semelhança do antigo “Circuito TMN”. Há jogadores que ainda não têm enquadramento no nível ITF ou que não conseguem entrar nestes torneios e que acabam por ter poucas alternativas para competir.
— Olhando para o fomento e pegando novamente em frases retiradas de alguns textos da sua autoria, como é que podemos ter mais jovens a bater a bola contra a parede nos vários clubes deste país?
Há muita concorrência de outras modalidades, nomeadamente dos desportos radicais. Por outro lado, os desportos de equipa exigem muito menos esforço financeiro por parte dos pais. Devia haver um grande projeto ao nível do fomento da modalidade que fizesse o ténis virar “moda”.
— No ténis feminino “perdemos” recentemente as duas melhores jogadoras da nossa história. O que é que é preciso fazer para aumentar o nível de jogadoras e potenciar ainda mais o ténis feminino nacional?
Penso que tem de se fazer o mesmo que para o ténis masculino: aumentar a base, ensinar bem e motivá-las para competir. No entanto, penso que o problema com o ténis feminino é muito cultural. Temos muito poucas meninas a querer competir e esse é o principal problema. Mais tarde, e no que toca ao ténis profissional, é muito mais fácil “fazer” jogadoras de topo do que homens porque o circuito feminino é bem menos competitivo e é mais fácil arranjar parceiros de treino.
— Há oito anos também se debruçou sobre a necessidade de existir “um programa de desenvolvimento da modalidade que defina um plano para o ténis nacional desde o mini-ténis até ao profissionalismo.” Que opinião tem atualmente?
Há coisas que têm sido bem feitas mas ainda há muito a fazer, principalmente na base. A estratégia da FPT baseou-se na ideia de formar um Centro de Alto Rendimento (CAR), comprar uma carrinha e depois tentar organizar dezenas de torneios ITF em Portugal para que os seus jogadores possam viajar em conjunto e competir muitas semanas. Simultaneamente dão a oportunidade a outros jogadores portugueses de competirem com menos custos, o que acaba por ser bom para todos. O problema é que tudo isto faz sentido se houver muitos jogadores com nível para jogar estes torneios e se houver mais uns quantos com potencial para os ultrapassar. Desse ponto de vista o quadro não é muito animador, principalmente no ténis feminino. Penso que estamos bem apetrechados ao nível de competição internacional em quase todos os escalões etários. Tem havido muito investimento nos programas competitivos mas tem de haver mais investimento no processo de treino e na formação até aos 15/16 anos. É urgente criar as condições para que os clubes espalhados pelo país façam uma formação de qualidade. É essencial motivar os clubes para desenvolver projetos de competição. Dos mais pequenos aos maiores, de norte a sul, do litoral ao interior. Não sabemos onde poderá estar o futuro João Sousa. Temos de certificar os clubes e de ter um programa de formação de jogadores com diretrizes quanto ao caminho a seguir (horas de treino de campo e físico, tipo de programa competitivo, prioridades de desenvolvimento técnico-táctico, etc…). A FPT tem de ter um programa de apoio efetivo aos melhores atletas e às estruturas que os formam e tem de monitorizar o seu desenvolvimento, caso contrário o aparecimento de “campeões” continuará a ser o que tem sido até aqui: projetos individuais que juntam um jovem talentoso a um conjunto de felizes coincidências.
— Já referiu em diversas ocasiões ser a favor da existência de um Centro de Alto Rendimento. Mas pouco depois do lançamento do atual modelo, em 2014, disse ser contra ele porque era “rigorosamente igual” ao anterior. Se estivesse nas suas mãos, o que é que mudaria para que o CAR se tornasse num “projeto que tenha como finalidade última ajudar os atletas portugueses com mais possibilidades de chegar ao top 100 mundial”?
Sou a favor da existência do CAR porque acredito que os jogadores que não têm condições financeiras e/ou possibilidades de evoluir nos projetos onde estão integrados devem ter uma estrutura que os apoie. Acho também que o atual CAR é uma estrutura bem organizada, com técnicos competentes e que têm feito um bom trabalho com a generalidade dos seus atletas. No entanto, o sucesso do CAR também está dependente dos atletas que consegue recrutar e aqui reside um dos principais problemas. Por um lado, alguns dos nossos melhores jogadores optam por projetos privados. Por outro, a base de recrutamento é muito pequena porque há pouco trabalho feito na base.
Defendo um projeto de CAR inclusivo. Todos os melhores jogadores portugueses deveriam ser jogadores do CAR, podendo optar por ser residentes ou não residentes. O CAR não devia ser um projeto concorrente dos clubes/academias mas sim um projeto complementar. Para o desenvolvimento do nosso ténis é importante que a FPT respeite, motive e apoie os clubes e os projetos privados. A dimensão do nosso ténis é muito pequena quando comparada com países como Espanha ou França. Tentar replicar a realidade destes países é um erro crasso. O CAR devia dar um apoio muito mais efetivo aos melhores atletas, independentemente das suas opções em termos de enquadramento técnico. Lamento dizer isto mas a verdade é que historicamente o CAR tem gasto muitos recursos sem apresentar resultados que os justifiquem enquanto alguns, com mais mérito, pouco mais recebem da FPT do que apoios pontuais.
Um desejo para 2020: Saúde
Um sonho para o ténis português: ter um jogador português a vencer um torneio do Grand Slam.
Um sonho que ainda queira cumprir no ténis: sinto-me realizado a fazer o que faço e não tenho grandes sonhos. Tenho alguns objectivos que ainda gostaria de atingir mas que ficam para mim.