Capitão do Chile na Taça Davis há seis anos, Nicolás Massú teceu duras críticas à imprensa do país no dia em que se despediu da edição inaugural das Davis Cup Finals, em que a equipa não foi além do terceiro e último lugar no Grupo C.
Na conferência de imprensa que se seguiu à derrota para a Alemanha, o ex-número 9 mundial lamentou e criticou o tratamento que a equipa tem recebido por parte da imprensa chilena: “De cada vez que fui ao Chile ninguém da imprensa me perguntou o que quer que fosse sobre os jogadores. Quero deixar claro que estou disposto a responder a tudo, de verdade, mas nunca quiseram saber nada de ténis, nada. Não me perguntam como é que estão os jogadores, o que é que estão a trabalhar, como é que será a pré-temporada… Nada, só querem saber dos resultados”
Nicolás Massú considerou “uma lástima que muita gente só veja se ganhas ou perdes e não entenda que isto é um processo e que esse processo continua. Começámos a trabalhar com estes jogadores, que eram apenas adolescentes, há seis anos e tivemos tido alegrias tremendas até chegarmos aqui, que era um grande objetivo nosso. Hoje perdemos mas isso não muda nada: estou orgulhoso deles e do grande trabalho que temos feito e acredito, sinceramente, que este processo deve continuar. Temos de continuar a acreditar no que temos vindo a fazer porque precisamos de tempo e sou sincero que digo quando em dois ou três anos podemos aspirar ao máximo.”
Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de 2004, o chileno de 40 anos também não gostou de ser questionado em relação à ausência de 24 horas para regressar a Londres e acompanhar Dominic Thiem — jogador com quem trabalha — nas meias-finais e final do Nitto ATP Finals.
“Vou explicar isto de forma bem clara para que toda a gente me perceba. Antes de começar a trabalhar com o Dominic viajava para os grandes torneios gastando dinheiro do meu próprio bolso com o objetivo único de cumprir o meu trabalho de capitão e poder partilhar momentos com os jogadores chilenos. Desde que comecei a trabalhar com o Thiem a minha relação com os tenistas chilenos é mais próxima do que nunca e consigo desempenhar muito melhor o meu papel de capitão. Viajo semana após semana com eles, posso comer com eles e saber como se estão a sentir. Dirijo esta equipa há seis anos, tenho plena confiança no meu staff e ausentei-me 24 horas. Apenas 24 horas em seis anos.”