MADRID — Depois de uma jornada inaugural que dividiu opiniões mas deu algum espaço para respirar ao novo formato da fase final da Taça Davis, a primeira sessão do segundo dia foi pautada por um maior equilíbrio e os encontros de pares ganharam folgo e importância redobrados.
Um ano depois de ter perdido, em casa, a última final disputada sob o formato tradicional, a França partiu como clara favorita para derrotar um Japão desfalcado de Kei Nishikori mas teve de sofrer muito para regressar aos balneários com razões para sorrir.
Porque se o primeiro encontro caiu com toda a calma para o lado de Jo-Wilfried Tsonga (6-2 e 6-1 a Yasutaka Uchiyama), no segundo singular Gael Monfils passou ao lado da forma que demonstrou em 2019 e não conseguiu ter argumentos para Yoshihito Nishioka, que alinhou uma das melhores vitórias da carreira ao passar pelo gaulês com os parciais de 7-5 e 6-2.
Apesar dos primeiros encontros se terem dividido, os gauleses partiram mais tranquilos para o duelo de pares. Mas o super-favoritismo de Pierre-Hugues Herbert e Nicolas Mahut foi mais do que posto à prova por Ben McLachlan e Yasutaka Uchiyama, que quebraram a impressionante série de 18 sets ganhos de forma consecutiva (!) pelos franceses — campeões do Masters 1000 de Paris e do ATP Finals nas últimas semanas — e levaram ao limite a decisão do encontro.
Só ao cabo de 2h40, e com os parciais de 6-7(4), 6-4 e 7-5, é que a equipa europeia pôde respirar.
A primeira metade do dia concentrou o equilíbrio nos courts secundários. A poucos metros do palco onde França e Japão duelaram por mais de seis horas, o Cazaquistão e a Holanda também só conseguiram resolver as contas no encontro de pares: Mikhail Kukushkin começou por derrotar Botic Van de Zandschulp por 6-2 e 6-2, mas os europeus responderam por intermédio de Robin Haase — que triunfou numa excelente batalha contra Alexander Bublik, por 7-5, 3-6 e 7-6(5).
No tira-teimas, os dois protagonistas cazaques dos encontros de singulares voltaram ao court e acabaram por agarrar o triunfo: derrotaram Haase e Jean-Julien Rojer, um especialista da variante, por 6-4 e 7-6(2).
Para o palco principal da Caja Mágica ficou reservado o duelo que mais adeptos podia chamar ao gigante e moderno complexo espanhol: o Argentina-Chile, que apesar de ter contado com boa casa (mais de metade dos 12.500 assentos estavam preenchidos) esteve longe de preencher por completo as bancadas — talvez o preço dos bilhetes, que começa nos 25 euros mas passa muito rapidamente para os 45€ e os 60€, tenha tido alguma influência…
Esperava-se equilíbrio mas o que aconteceu foi exatamente o oposto: Guido Pella só não passou com mais tranquilidade por Nicolás Jarry (que derrotou por 6-4 e 6-3) porque acusou a natural pressão de jogar a Taça Davis e Diego Schwartzman não deu hipóteses a Christian Garín, que só conseguiu respirar quando já perdia por 6-2 e 5-0 e ainda venceu dois jogos antes de sair do court de forma cabisbaixa.
No par, já sem influência no resultado final do confronto mas importante para as contas finais da fase de grupos (uma vez que passam os seis vencedores e os dois melhores segundos classificados), Maximo Gonzalez e Leonardo Mayer passaram por Podlipnik-Castillo e Nicolas Jarry (6-3 e 7-5).
Houve festa, mas a maior celebração está reservada para a jornada noturna: a partir das 18h em Madrid, 17h em Portugal Continental, a anfitriã Espanha estreia-se contra a Rússia no Centre Court. À mesma hora, no Stadium 2, os Estados Unidos da América defrontam o Canadá e no Stadium 3 a Austrália mede forças com a Colômbia.