Quase-retirado Darcis fez história mas foi o Canadá que mais brilhou na estreia da nova Taça Davis

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MADRID — Entre incertezas e entusiasmos, a nova era da fase final da Taça Davis arrancou esta segunda-feira sob a forma e nome de Davis Cup Finals na Caja Mágica de Madrid — a mesma que no mês de maio recebe um dos maiores torneios combinados do mundo. Dos seis países que entraram em ação no primeiro dia o Canadá foi o que mais se destacou.

Depois de uma cerimónia de abertura marcada por um forte investimento nas artes, que transformou o Centre Court num ecrã-palco gigante, foi no Stadium 2 que se concentrou a ação mais apelativa: Canadá e Itália duelaram por quase cinco horas até que a seleção que atravessou o Oceano Atlântico venceu por 2-0.

É uma vitória importante para o conjunto canadiano num grupo em que também estão os Estados Unidos da América e sobretudo pela forma negativa como o dia começou.

Félix Auger-Aliassime, o melhor jogador do país, não entrou nas contas do capitão Frank Dancevic porque ainda está a recuperar da lesão no tornozelo que o afastou do Masters 1000 de Paris e do NextGen ATP Finals.

O Canadá viu-se forçado a apostar no bem-em-forma Vasek Pospisil, baralhou os planos do confronto — as regras das Davis Cup Finals dizem que cada batalha de equipas começa com o encontro entre os segundos melhores jogadores, continua com o duelo entre os melhores e conclui-se com o par, mesmo que não seja decisivo para as contas do dia — e acabou por ter muitas razões para celebrar.

O atual número 150 do mundo mostrou que está a recuperar bem do tempo perdido (o primeiro torneio que jogou este ano foi Wimbledon e depois de Chengdu tinha um registo de 4-7, mas desde aí brilhou no Masters 1000 de Xangai e venceu dois Challengers) e alinhou uma das melhores vitórias da carreira: 7-6(5) e 7-5 frente ao número 12 Fabio Fognini para dar (muita) esperança ao seu país.

Seguiu-se o grande encontro do dia: com um verdadeiro ambiente de Taça Davis, a Itália quase empatou o confronto pelas mãos do número oito mundial Matteo Berrettini. Mas o recém-estreado no Nitto ATP Finals não conseguiu nem aproveitar um dos três set points de que dispôs no parcial inaugural nem concluir a reviravolta que começou a construir no segundo e perdeu uma batalha titânica decidida em três tie-breaks: 7-6(5), 6-7(4) e 7-6(5) foram os parciais que, ao fim de 2h51, deram a Denis Shapovalov e ao Canadá a primeira vitória.

Terça-feira será dia de duelo norte-americano com os Estados Unidos da América, que apresentam uma seleção bastante jovem (Frances Tiafoe, 21 anos, Reilly Opelka e Taylor Fritz, 22, Jack Sock, 27, e o mais velhinho Sam Querrey, 32) e só aí se estreiam na competição.

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Nos outros courts os vencedores também foram conhecidos no final dos encontros de singulares: a Bélgica entrou para a história da competição graças ao “Mr. Davis Cup” Steve Darcis, que derrotou Santiago Giraldo por claros 6-3 e 6-2 para assinar a primeira vitória do novo formato da competição (ele que tinha dito que este era o último torneio da carreira mas voltou atrás entusiasmado com o nascimento da ATP Cup) e venceu a Colômbia graças à reviravolta nervosa de David Goffin (3-6, 6-3 e 6-3 contra o modesto Daniel Elahi Galan Riveros) e a Rússia conseguiu um triunfo importante sobre a campeã em título Croácia.

Desfalcados das suas maiores estrelas — a Croácia perdeu Marin Cilic numa semana recheada de crises e a Rússia viu Daniil Medvedev ceder ao desgaste físico depois de 80 (!) encontros disputados esta época —, os dois países tiveram a honra de inaugurar a ação no palco principal da competição.

E enquanto nas redes sociais a discussão assentava sobretudo na afluência do público (bem vistas as coisas, o court central, que tem capacidade para mais de 12.500 espetadores, acolheu bem mais de metade desse número em plena tarde de segunda-feira, num confronto que ainda não decidia nada…) dentro do court os protagonistas davam bom espetáculo.

Depois de uma vitória esperada por parte de Andrey Rublev (6-3 e 6-3 contra Borna Gojo, o 280.º classificado…), Karen Khachanov conseguiu sorrir por último frente a um recentemente desanimado Borna Coric, que com os parciais de 6-7(4), 6-4 e 6-4 sofreu a sexta derrota consecutiva.

Num grupo em que também está a super-favorita Espanha, este pode ter sido um triunfo decisivo para as contas finais.

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