De regresso a casa mas já de saída, Frederico Silva tem os olhos postos no Australian Open

CALDAS DA RAINHAFrederico Silva está de regresso a casa depois de um longo (e bem sucedido) mês a dezenas de milhares de quilómetros de distância. A preparar as próximas semanas de competição, o caldense voltou à “base” e aproveitou a ocasião para conciliar os treinos nas instalações da Felner Academy com a oportunidade de assistir ao Angogerman Oeste Ladies Open — o segundo maior torneio internacional do país e o maior do circuito feminino, que aconteceu no Complexo Municipal de Ténis da cidade.

A ocasião exigia uma conversa com o atual número 238 do ranking ATP, que em declarações à organização do torneio fez um balanço das últimas performances, falou do regresso à Taça Davis e revelou os objetivos a curto prazo.

“Estive na China durante cerca de quatro semanas e agora estou a fazer uma semana de preparação. Encontrei um clube diferente daquele a que estou habituado a ver, com mais gente durante o dia e uma envolvência diferente. Tem corrido tudo bem e está a ser uma boa preparação”, comentou o pupilo de Pedro Felner, que na segunda-feira vai jogar para Tavira pela primeira vez desde agosto de 2018, quando se despediu da Beloura Tennis Academy, em Sintra, com dois troféus — um de campeão e um de vice-campeão.

A razão? Angariar pontos para garantir a presença na fase de qualificação do Australian Open.

Frederico Silva tem uma importante ligação aos torneios do Grand Slam — afinal, foi ele o primeiro (e único, até à data) a conquistar um título, ao sagrar-se campeão das provas juniores de pares do US Open 2012 e Roland Garros 2013, com Kyle Edmund. Mas no circuito profissional, e muito por conta das várias lesões que já o atormentaram, ainda só conta com uma participação. Aconteceu em Wimbledon, no ano de 2016, e foi travado na segunda ronda do qualifying.

“O nosso grande objetivo neste momento é conseguir pontos suficientes para entrar no qualifying“, começou por explicar, “e sem dúvida que este último mês na China me permitiu aproximar desse objetivo e todos os torneios que jogar vão ser a pensar nisso.”

Tratar-se de um torneio em Portugal, perto de casa, e da categoria de 25.000 dólares, só ajuda. “Também temos de aproveitar os torneios que temos cá para jogar em Portugal e como tenho planeado voltar para a China daqui a duas semanas achámos que este em Tavira podia ser uma boa hipótese para ganhar mais pontos.”

Por ser um torneio de importância inferior aos que tem jogado — a título de comparação, o último torneio que disputou (e onde só foi travado nas meias-finais, tendo inclusive estado muito perto de chegar pela primeira vez a uma final Challenger) deu-lhe 45 pontos para o ranking e 7.530 dólares em prémios, enquanto de Tavira só poderá sair com 20, caso chega campeão — está, naturalmente, obrigado a olhar desde cedo para as rondas mas avançadas. “Tudo o que for acima das meias-finais já me ajuda a somar alguns pontos, mas tenho de o encarar jogo a jogo porque sei que posso ter encontros bastante complicados. O objetivo é, claro, ganhar o torneio.”

Na entrevista em plena visita ao Angogerman Oeste Ladies Open, Frederico Silva ainda teve tempo para tecer elogios à organização ao mesmo tempo que “piscava o olho” a mais um torneio no próximo ano. “Se tivesse sido um torneio masculino para mim claro que teria sido melhor, mas o torneio está muito bem conseguido para a primeira edição, estão todos de parabéns, e espero que com o que foi feito aqui um torneio masculino possa ser uma outra ideia para o próximo ano.”

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