FUNCHAL — Ana Filipa Santos só teve de entrar em ação uma vez para avançar duas rondas no quadro principal de singulares do Campeonato Nacional Absoluto. A jogadora de Santiago do Cacém é a primeira a chegar às meias-finais, igualando a prestação da última edição.
Se inicialmente a participação na prova esteve em dúvida devido às dificuldades acrescidas causadas pela distância entre o Arquipélago da Madeira e o Continente, depois de tomada a decisão de participar a verdade é que a estreia dificilmente podia ter corrido melhor: 6-2 e 6-0 foram os parciais da vitória sobre Inês Esteves.
Ao Raquetc, a jogadora portuguesa de 23 anos — que este ano se estreou a representar a seleção lusa na Fed Cup — referiu que o duelo inaugural a ajudou “na parte da concentração e da ativação, que são fundamentais porque às vezes perco um pouco o foco durante os encontros. Todos os jogos são difíceis, há uns em que se ganha ritmo, outros em que temos de ter mais atenção à concentração e este foi um desses jogos mais ligados à parte mental.”
Sobre o momento que atravessa, garantiu estar “a desfrutar e confiante no meu jogo, o que não acontecia há algum tempo, e a trabalhar bem”.
Em teoria, o triunfo colocaria Ana Filipa Santos nos quartos de final, mas a próxima adversária da jogadora do Clube de Ténis do Paço do Lumiar (faz parte da LX Team) já fez saber que não vai a jogo: Inês Murta, a finalista de 2014 e 2015 e segunda cabeça de série, lesionou-se e não pôde fazer a viagem.
Apesar de ficar triste com a ausência da grande amiga, “Pipa” reconheceu que teria pela frente “um encontro muito complicado” e por isso ficou naturalmente satisfeita com a passagem automática às meias-finais, que significa três dias de descanso (no que aos singulares diz respeito, porque vai a jogo quer em pares, quer em pares femininos) e uma longa espera até conhecer a próxima adversária (na terça-feira, Bárbara Balancho e Madalena Amil medem forças e só numa das duas jornadas seguintes é que a vencedora defrontará Matilde Jorge nos quartos de final).
Com o mestrado em Engenharia de Micro e Nanotecnologias pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa quase concluído, Ana Filipa Santos continua a fazer a gestão entre a tese e os courts e prepara-se para mais um “voo” inédito. “Decidi adiar a entrega da tese mais um mês e fazer as coisas com calma, porque agora temos alguns torneios consecutivos e eu até entrei no das Caldas da Rainha [ITF de 60.000 dólares]. Não fazia ideia, achei mesmo que não ia entrar porque é um torneio mais forte e por isso estou muito feliz, vai ser uma experiência brutal.”
Mas antes há um Campeonato Nacional Absoluto por concluir e agora que a prestação de 2018 está igualada o objetivo é tentar ir ainda mais longe.
Sara Neto marca encontro com a bicampeã
Ao mesmo tempo que Ana Filipa Santos jogou também Sara Neto. A jogadora do Clube de Ténis do Estoril derrotou Catarina Coelho (que jogou praticamente em casa) por claros 6-0 e 6-1 para marcar encontro com Francisca Jorge, a bicampeã em título que este ano volta a defender o estatuto de primeira cabeça de série.
Por se jogar dos encontros relativos aos oitavos de final já só há apenas um, marcado para esta terça-feira: aquele que vai opor Bárbara Balancho, do Lawn Tennis Clube da Foz, a Madalena Amil, do Tennis Lovers Boavista.
Atualizado às 20h48.