Bianca Andreescu tem apenas 19 anos e faz com que tudo pareça fácil.
Foi assim em Indian Wells, onde conquistou o primeiro título da carreira com um à vontade pouco comum para quem tinha tão pouca experiência, foi assim em Toronto, onde venceu mais um grande torneio, e está a ser assim em Nova Iorque, onde já está apurada para as meias-finais do US Open.
A viver uma temporada de sonho — que só não foi mais composta porque as lesões a afastaram de grande parte dos torneios entre os dois triunfos —, a jovem canadiana deu a volta à belga Elise Mertens para vencer, por 3-6, 6-2 e 6-3 e tornar-se na primeira jogadora do país a chegar tão longe na Big Apple desde 1984.
“Isto é uma loucura. O que consegui alcançar este ano faz-me ficar sem palavras, preciso que alguém me belisque. É um sonho ou é a vida real?” A primeira reação de Andreescu, na entrevista realizada em pleno Artur Ashe Stadium após a vitória, serve de eco aos pensamentos de praticamente todo o mundo do ténis, que tem testemunhado a ascensão meteórica daquela que, num ápice, se tornou numa das jogadoras mais perigosas do circuito.
O ténis cada vez mais ofensivo e assertivo que tem vindo a praticar já seria motivo de preocupação suficiente para cada adversária que se lhe atravessa à frente, mas Bianca Andreescu não se fica por aqui: vai mais longe e diz mesmo acreditar que consegue ganhar o torneio, uma crença difícil de contrapor se revistas as exibições dos últimos seis meses e feita uma rápida análise aos números desta ascensão: em sete encontros contra jogadoras do top 10 mundial tem nada mais, nada menos do que sete vitórias.
Mas para ter pela frente uma jogadora desse calibre ainda terá de ultrapassar mais uma ronda: nas meias-finais, mede forças com Belinda Bencic, que também está pela primeira vez nesta fase de um dos quatro maiores torneios do mundo. Do outro lado, a presença na final será discutida entre Serena Williams e Elina Svitolina.