Grigor Dimitrov entrou na temporada norte-americana com uma escandalosa derrota para o número 405 do mundo em Atlanta, mas transformou-se noutro jogador desde que aterrou na Big Apple e dia após dia tem quebrado barreiras que o ajudam a protagonizar uma das maiores recuperações dos tempos modernos.
Esta quarta-feira, em plena sessão noturna (a última) no Artur Ashe Stadium, o búlgaro desvinculou-se, por fim, de todas as comparações e comentários que o colocavam no mesmo saco que Roger Federer e derrotou o suíço pela primeira vez… Ao fim de oito encontros.
3-6, 6-4, 3-6, 6-4 e 6-2, depois de 3h10, foram os parciais de uma suada e muito celebrada vitória que faz dele semifinalista de um torneio do Grand Slam pela terceira vez — primeira desde o Australian Open de 2017.
Num encontro em muito semelhante ao desaire de 2018, para John Millman, Federer apresentou-se com os movimentos presos e pouca criatividade depois de dois duelos extremamente positivos. Aos poucos, o helvético começou a dar claros sinais de estar debilitado fisicamente (depois do encontro confirmou que a assistência do preparador físico foi à zona das costas) mas, mantendo um esforço transversal a toda a carreira, não desistiu e tentou lutar pelo resultado, ainda que sem efeito perante um Grigor Dimitrov cada vez mais motivado pela possibilidade de deixar para trás o pesadelo vivido nos últimos 20 meses.
Dado mais um passo — o mais significativo de todos — neste “renascimento”, que para já o catapulta do 78.º para o 25.º posto do ranking, Grigor Dimitrov fica a um passo de atingir a primeira final da carreira a este nível. Se o conseguirá fazer só o tempo dirá, mas uma coisa é certa: haverá um novo finalista, uma vez que o seu próximo adversário dá pelo nome de Daniil Medvedev.