Como se recuasse no tempo, Federer volta a derrotar Nadal e avança para a 12.ª final em Wimbledon

Salvo avaria, os ponteiros do relógio não andam para trás, mas quando Roger Federer e Rafael Nadal voltaram a pisar em simultâneo o Centre Court do All England Club, em Londres, assim pareceu.

Onze anos depois do último encontro neste palco — que resultou naquele que é descrito por muitos como o melhor duelo da história —, o suíço (quase a celebrar o 38.º aniversário) e o espanhol (com o 33.º recentemente assinalado) voltaram a reunir-se e a dar espetáculo.

É verdade que a meia-final desta sexta-feira não teve os mesmos contornos épicos que a final inesquecível de 2008, mas foi, também ela, extremamente bem disputada. Federer e Nadal mostraram-se mais uma vez imunes à passagem dos anos e deixaram bem evidentes as razões que tantas épocas passadas continuam a fazer deles dois dos melhores jogadores do mundo — e cada vez mais figuras incontornáveis da história da modalidade e do mundo do desporto.

Apenas o resultado foi diferente: desta vez, tal como nos dois encontros que antecederam a tão famosa batalha, Roger Federer — 7-6(3), 1-6, 6-3 e 6-4 foram os parciais de uma vitória que coloca o helvético na final do torneio de Wimbledon pela, imagine-se, 12.ª vez.

Naquele que foi o 40.º episódio da rivalidade mais festejada da história da modalidade, Federer conseguiu a desforra da meia-final de Roland Garros, há cerca de um mês, com uma exibição praticamente perfeita. E sem segredos.

Como já tinha avisado depois de vencer Kei Nishikori nos quartos de final, o helvético queria ser agressivo para aumentar as dificuldades causadas ao seu arquirrival e assim foi: alinhou nada mais, nada menos do que 51 winners e venceu 25 dos 33 pontos em que subiu à rede (equivalente a 76%), uma percentagem muitíssimo elevada tendo em conta o adversário que estava do outro lado da rede.

Como “mancha” na exibição o recordista de títulos em Wimbledon teve apenas um segundo set muito aquém das expetativas, em que depois de ser quebrado pela primeira vez baixou ainda mais o rendimento na pancada de serviço, acabando com percentagens de 54% e 22% em pontos ganhos com o primeiro e o segundo saque, respetivamente.

Desta forma, Roger Federer avança para a 31.ª final da carreira em torneios do Grand Slam — um recorde absoluto, à frente das 26 de Rafael Nadal e das 25 de Novak Djokovic — e marca encontro precisamente com o sérvio, campeão em título.

Será o 48.º capítulo da rivalidade entre o suíço e o sérvio — só atrás dos 54 duelos que Djokovic já disputou com Nadal. Neste momento, o frente a frente é favorável a Novak Djokovic por 25-22, ele que ganhou os últimos três duelos, e também tem vantagem no All England Club: depois de perder nas meias-finais de 2012, agarrou o título frente a Roger Federer nas finais de 2014 e 2015.

Última atualização às 19h50.

Total
0
Shares
Total
0
Share