Aos 33 anos, Barbora Strycova está a protagonizar a melhor quinzena da carreira em torneios do Grand Slam: depois de ter derrotado consecutivamente a número quatro mundial Kiki Bertens e Elise Mertens rumo aos primeiros quartos de final em provas Major desde 2014, a checa foi desta feita um passo mais longe ao superar a esperança da casa Johanna Konta para se estrear em meias-finais.
A tenista checa, que passou a ser a única representante nacional depois dos afastamentos surpreendentes de Karolina Pliskova e Petra Kvitova na ‘Manic Monday’, conseguiu impor o seu perigoso jogo em relva (afinal, é a superfície onde tem tido mais resultados de destaque ao longo dos anos como atestam os quartos de final de Wimbledon há 5 anos) perante uma Konta que procurava a sua segunda presença no top-4 no All England Club (a outra foi em 2017).
Apesar de ser a única atleta ainda em prova da República Checa, Strycova, que já admitiu em conferência de imprensa nesta 133.ª edição do Major britânico que esta poderia vir a ser a sua última aparição em SW19 dada a idade avançada que tem, não sucumbiu à pressão e foi bastante inteligente na variação do jogo, cortando o ritmo elevado que Konta, 18.ª WTA e 19.ª favorita, tanto gosta de colocar no fundo do court.
No primeiro set, Johanna Konta entrou com tudo e num ápice viu-se com uma liderança de 3-0 no marcador que pareceria prometedora para arrecadar o primeiro parcial. Contudo, Barbora Strycova não “deitou a toalha ao chão” e foi à luta: a atual 54.ª WTA conseguiu o break no sétimo jogo antes que a sua adversária ficasse com 5-2 de vantagem e a partir desse momento ambas conseguiram segurar os jogos de serviço até a um inevitável tiebreak em que o equilíbrio foi nota dominante e acabou por ser a checa a superiorizar-se por pequenos detalhes.
História diferente teve, porém, a segunda partida: a tenista natural de Plzen começou da melhor forma possível ao consumar uma quebra de serviço ao segundo jogo e a confirmá-la com o seu serviço de seguida. Cada vez mais por cima psicologicamente em contraste com o desespero de uma impotente Konta e tristeza dos adeptos britânicos, Pliskova foi servindo com eficácia e ainda beneficiou de mais um break rumo ao triunfo final com os parciais de 7-6(5) e 6-1.
Desta forma, Barbora Strycova consegue chegar já numa fase tardia da sua carreira às primeiras meias-finais num dos quatro eventos do Grand Slam e precisamente o único onde já ultrapassou a barreira dos oitavos de final. Com vista a passagem a uma inédita final de Wimbledon, Strycova terá pela frente um dos mais duros desafios que poderia encarar: Serena Williams.