Um susto — mas nada mais do que isso.
Recordista de títulos em Wimbledon, Roger Federer regressou ao Centre Court do All England Club com o pé esquerdo mas reagiu bem a tempo de evitar uma das maiores surpresas da carreira e carimbar o apuramento para a segunda ronda do torneio.
Segundo cabeça de série (uma alteração que deu muito que falar nos dias que antecederam o arranque da competição), o suíço voltou a escorrer frente a um tenista sul-africano mas desta vez não passou disso mesmo — uma escorregadela. Depois de perder o primeiro set, ligou o modo masterclass e derrotou o sul-africano Lloyd Harris (86.º ATP) por 3-6, 6-1, 6-2 e 6-2.
Campeão de dois torneios ITF em Portugal no início da temporada transata, o sul-africano jogou pela primeira um encontro do quadro principal de singulares em Wimbledon mas quem o viu começar o encontro não o adivinharia — solto de qualquer pressão, Harris bateu-se não só de igual para igual como melhor que o helvético de 37 anos ao longo durante todo o parcial inaugural, em que venceu 78% dos pontos disputados no primeiro serviço (contra 53% de Federer), converteu o único break point de que dispôs e cometeu apenas três erros não forçados.
Mas a “ferida” imposta pelo sul-africano, compatriota do Kevin Anderson que há um ano salvou um match point para afastar Federer num encontro épico dos quartos de final, foi sol de pouca dura. A derrota no primeiro set serviu de “abre olhos” a Roger Federer, que não tardou a reagir e num ápice aproximou o nível de jogo daquele que há pouco mais de uma semana lhe permitiu chegar à dezena de títulos no torneio de Halle, na Alemanha.
Carimbada ao fim de 110 minutos, a vitória — a 96.ª de Roger Federer em Wimbledon, um recorde absoluto — apura o campeão de 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009, 2012 e 2017 para a segunda eliminatória, onde poderá ter como adversário um jogador da casa: Jay Clarke (169.º) vai ser desafiado pelo norte-americano Noah Rubin (182.º).
