Campeão do Millennium Estoril Open em 2016, Nicolás Almagro anuncia o fim da carreira

Aos 33 anos, Nicolás Almagro prepara-se para escrever o último capítulo de um percurso que tantas alegrias lhe deu. Nascido e criado em Múrcia, escolheu o torneio Challenger da sua cidade natal para colocar um ponto final na carreira de tenista profissional.

Apesar de ainda ter competido a espaços no verão de 2018, o tenista espanhol vê-se a contas com um calvário de lesões há cerca de dois anos e foi essa a razão que o levou a colocar um ponto final nesta etapa. Como escreveu numa detalhada e emocionante nota publicada nas redes sociais, nos últimos anos não pude desfrutar de um desporto que tantos momentos bons me deu e que tornou realidade todos os sonhos que tive ao longo da minha carreira. Vou deixar o ténis e quero fazê-lo aqui, em casa e com vocês.”

Guerreiro dentro do court, onde deu cartas com um ténis inerente à terra batida e uma esquerda a uma mão que espalhou magia pelos quatro cantos do globo, Nicolás Almagro aborda o último torneio da carreira com 397 vitórias em encontros de singulares no circuito profissional.

Do currículo, destacam-se os 13 títulos conquistados num total de 23 finais disputadas — a última das quais no Clube de Ténis do Estoril, de onde saiu como campeão do Millennium Estoril Open graças à vitória numa final inesquecível frente ao compatriota Pablo Carreño Busta, que derrotou por 6-7(6), 7-6(5) e 6-3 — e o nono posto do ranking que alcançou na temporada de 2011, uma das duas em que viajou a Londres na condição de alternate para o ATP Finals.

Nos torneios do Grand Slam, o murciano destacou-se sobretudo em Paris, onde alcançou por três vezes (2008, 2010 e 2012) os quartos de final de Roland Garros, mas também em Melbourne, com a chegada à mesma fase do Australian Open em 2013.

Um dos pontos de maior destaque e orgulho da sua longa e bem sucedida carreira será, naturalmente, a conquista da Taça Davis com a seleção espanhola em 2008.

Na extensa nota partilhada esta segunda-feira com o mundo do ténis, Nicolás Almagro começou por escrever que “nunca tinha sonhado como seria este dia. O dia em que tenho de deixar a alta competição que foi a minha vida durante tanto tempo. Mas se algum momento o tivesse feito certamente que seria muito parecido ao que hoje estou a viver.”

Entre várias reflexões, o tenista de Múrcia mostrou-se “orgulho por ter vivido e feito parte de uma era histórica deste desporto, com rivais que me fizeram crescer e que por mérito próprio estão no lugar mais alto da história do ténis e do desporto em geral” e deixou longos agradecimentos a todos aqueles o ajudaram a construir a carreira. “Porque apesar do ténis ser um desporto em que aparentas estar sozinho contra a bola, o adversário e as linhas, houve muitas pessoas a sofrer e a fazer sacrifícios para que eu pudesse chegar onde cheguei.”

O Challenger de Múrcia, onde também estão Pedro Sousa e João Domingues, será então o último torneio da carreira de Nicolás Almagro como tenista profissional.

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