ITF faz ajustes e critica a ATP, que se diz “surpreendida” mas “otimista”

No mais recente episódio de uma transição que promete continuar a dar que falar, a Federação Internacional de Ténis (ITF), emitiu, esta quarta-feira, um comunicado no qual anunciou ajustes ao recém-criado ITF World Tennis Tour. Mas não se ficou por aqui: criticou a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), que na reação se revelou surpreendida.

Do documento publicado online destacam-se as seguintes mudanças:

  • A obrigação dos pré-qualifyings/torneios wild card serem organizados de acordo com as regulações do ITF World Tennis Tour (o que obrigará a que estes quadros se joguem com a mesma pontuação, evitando encontros com ponto de ouro em detrimento de vantagens, sets reduzidos, entre outras variantes).
  • A introdução, nos torneios de 15.000 dólares, de duas vagas para equipas de pares de acordo com os rankings de pares ATP, WTA e/ou ITF.
  • A introdução, nos torneios de 25.000 dólares, de duas vagas para equipas de pares de acordo com o ranking de pares ITF.
  • A introdução de ranking protegido (tal como já acontece nos circuitos ATP e WTA).

À semelhança do que anunciou, em fevereiro, em relação aos torneios de 15.000 e 25.000 dólares, também nos torneios femininos de 60.000, 80.000 e 100.000 dólares a ITF vai aumentar os quadros de qualificação de 24 para 32 jogadoras sempre que os torneios tenham condições para o fazer.

A Federação Internacional de Ténis comprometeu-se ainda a recolher o feedback de jogadores e jogadoras sobre o possível aumento dos quadros de qualificação para 48 jogadores mas deixou o aviso: “jogar dois encontros por dia sem um dia de descanso aumenta os riscos de lesões.”

No mesmo comunicado, a ITF reconheceu que “nas últimas semanas ficou claro, graças ao feedback dos jogadores e às informações recolhidas, que há problemas no circuito profissional masculino que precisam de ser resolvidos” e acrescentou que “a decisão da ATP de reduzir significativamente a atribuição de pontos em torneios de 25.000 dólares resultou na redução de oportunidades e numa menor progressão para os jogadores.”

“Só a ATP pode decidir como é que distribui os seus pontos, mas a ITF acredita que restaurar a atribuição de pontos ATP nos torneios de 25.000 dólares iria permitir um crescimento do número de jogadores profissionais dos atuais 350 para cerca de 600. Um esforço colaborativo é essencial se queremos assegurar uma solução imediata e eficaz para os problemas que se vivem no ténis masculino e assegurar mais garantias aos jogadores”, concluiu.

Ora, na reação, a Associação dos Tenistas Profissionais apontou que “as mudanças que foram implementadas requerem análise e revisões constantes, conforme evidenciado pelas mudanças anunciadas hoje pela ITF, e já abordámos a questão dos pontos nos torneios de 25.000 dólares, o que faz com que o comunicado publicado hoje seja uma surpresa.”

A ATP diz-se “ansiosa por chegar a um acordo nesta questão o mais rápido possível” e “empenhada em assegurar que há oportunidades de competição suficientes no nível de entrada para o ténis profissional e que os jogadores que são bem sucedidos são recompensados adequadamente à medida que perseguem uma carreira no desporto.”

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