Satisfeito mas já a pensar em mais. Bem ao seu estilo, Frederico Marques falou da participação histórica de João Sousa no Australian Open, do trabalho que está a ser feito para continuar a melhorar e dos objetivos a curto prazo.
Em declarações ao Raquetc, o treinador português começou por explicar que apesar de se ter tratado de uma meia-final “não existiu mais pressão do que na primeira ronda de singulares ou nos quartos de final de pares” porque João Sousa “já é um atleta muito experiente e apesar de ser a primeira meia-final da carreira em Grand Slams já competiu em muitos estádios, contra grandes jogadores e por isso estava habituado, tal como o Leonardo [Mayer]. O que aconteceu foi que tiveram pela frente uma dupla com mais nível, mais entrosada.”
Sobre o encontro, o oitavo que o seu pupilo disputou em Melbourne Park este ano, Frederico Marques reconheceu que o primeiro set teve “apenas um sentido” e que “no segundo estivemos mais perto mas nunca conseguiram passar para a frente com um break para poderem deixar os adversários sobre pressão”. Ainda assim, “foram duas boas semanas de competição, treino e trabalho e o João está de parabéns pela pré-temporada que fez e pelas três primeiras semanas de competição. Estou orgulhoso.”
E tem razões para isso, dado que os objetivos a que se propuseram foram cumpridos: “Saímos do Australian Open com um saldo positivo. Um dos nossos objetivos passava por estarmos entre os 32 melhores jogadores de singulares e conseguimos. Também queríamos estar o máximo de dias em competição porque isso significaria que estávamos competitivos e a ser dos melhores. É sempre importante estar em competição, há aspetos que são trabalhados que depois precisam da competição para serem assimilados mais rapidamente e isso aconteceu com os pares ao marcarmos presença na segunda semana.”
A ambição, essa, está lá: “Sabemos que temos um longo caminho pela frente porque o que realmente queremos é estar presentes na segunda semana de singulares e é para isso que trabalhamos. Mas para isso é preciso melhorar tecnicamente e estamos nesse caminho. Sabemos aquilo que precisamos de fazer”.
Frederico Marques reiterou o que tinha afirmado ao Raquetc no final da última eliminatória da Taça Davis, ainda na temporada de 2018. “Temos como objetivo vencer um título na variante de pares” e ao contrário do que aconteceu no último ano “este ano não pensamos em terminar nos 50 melhores. Queremos competir na variante de pares mas sempre com a máxima prioridade nos singulares e queremos trabalhar nos pares aspetos que nos têm feito falta nos singulares.”
E que aspetos são esses? Precisamente dois dos quais João Sousa apresentou a outro nível neste Australian Open, quer frente a Guido Pella, quer perante Philipp Kohlschreiber e até Kei Nishikori, antes do cansaço o “trair” a partir do segundo parcial: “Vimos um João mais agressivo no golpe de direita e com melhores percentagens e velocidade de serviço e ases. É nesse sentido que queremos e devemos continuar a evoluir, porque o ténis está a fazê-lo e temos de o acompanhar, temos de escalar mais posições no ranking.”
O grande objetivo, esse, passa por “estar mais perto dos 30 melhores do mundo. Ainda falta um pouco mas estamos cada vez mais próximos”.