Aquela que Petra Kvitova descreve como “segunda carreira” acaba de ganhar um novo feito: a tenista checa derrotou Danielle Collins por 7-6(2) e 6-0, em 1h34, para se qualificar para a final do Australian Open — a primeira em Melbourne e também a primeira em torneios do Grand Slam desde que foi esfaqueada na sua própria casa e ficou com a carreira em risco.
Se até aqui Petra Kvitova (que há um ano perdeu na primeira ronda) tinha apresentado uma forma verdadeiramente arrasadora, o duelo desta quinta-feira não foi exceção: apesar da tenista checa ter encontrado muita resistência da norte-americana durante o primeiro parcial, a partir do tie-break foi como se as duas entrassem noutro encontro — um encontro totalmente dominado pela mais experiente das duas jogadoras, que ao primeiro mini-break não mais olhou para trás.
Com um total de 30 winners apontados (contra apenas nove da adversária), Petra Kvitova relaxou depois de arrecadar o primeiro parcial e regressou à forma do costume para fechar o encontro sem ceder qualquer jogo no segundo.
Foi a sexta vez em seis encontros que a jogadora natural de Bilovec concluiu a tarefa em parciais diretos e o facto de ter sido o mais longo dos encontros que disputou (a média de duração dos anteriores era de 1h02) diz tudo.
Já com 11 vitórias consecutivas (chegou a Melbourne com o título em Sydney), Kvitova está pela primeira vez na carreira apurada para a final do Australian Open. A final de sábado será a terceira da atual número seis do mundo em torneios do Grand Slam, mas a primeira desde que conquistou Wimbledon pela segunda vez (em 2014) e, mais importante, a primeira desde que foi esfaqueada na própria casa, em 2016.
Esse ataque surgiu na sequência de um assalto, em que Kvitova utilizou a mão esquerda para se defender e acabou hospitalizada, em risco de perder os dedos (não publicamos a imagem devido à sensibilidade da mesma, mas pode ser encontrada na internet) e, naturalmente, de nunca mais voltar a um court de ténis. Diz-se que não há milagres, mas…
A adversária na final ainda não é conhecida, mas sairá do duelo entre a compatriota Karolina Pliskova e Naomi Osaka, duas jogadoras que também já sabem o que é disputar finais do Grand Slam: a checa foi finalista do US Open em 2016, a japonesa é a atual campeã do Major norte-americano. Para além do título, o encontro também dará a conhecer a nova número um mundial (de todas, só Pliskova já passou pela liderança).