Por mares nunca dantes navegados: João Sousa nas meias-finais de pares do Australian Open

João Sousa qualificou-se na madrugada desta terça-feira para as meias-finais do quadro principal de pares do Australian Open, um resultado histórico para o ténis nacional: nunca um jogador português tinha chegado tão longe num dos quatro maiores torneios do mundo em seniores.

Esta página de história foi escrita com o quarto triunfo consecutivo ao lado de Leonardo Mayer. Depois de deixarem pelo caminho logo na primeira ronda uma das duplas mais credenciadas do circuito, o português e o argentino voltaram a impôr-se perante jogadores mais cotados e experientes: desta vez, 6-4 e 7-6(6) frente a Raven Klaasen e Michael Venus, os sextos cabeças de série e vice-campeões da última edição de Wimbledon.

Por mares nunca dantes navegados, João Sousa volta a ser protagonista de uma epopeia sem igual para o ténis nacional, ele que já tinha fechado a temporada de 2018 no que a Grand Slams diz respeito com o melhor resultado de sempre de um português em singulares: a quarta ronda no US Open.

O sucesso nas “duplas” em Melbourne vem reforçar a especialização do vimaranense ao longo dos últimos meses, ele que pela primeira vez na carreira — e, não nos querendo repetir, na história — fechou uma época dentro do top 50 de ambas as variantes e já sabe que depois deste torneio estará bem afirmado no grupo dos 40 primeiros. Em maio de 2017, João Sousa já tinha conseguido um resultado de destaque na variante ao terminar o Masters 1000 de Roma como vice-campeão com Pablo Carreño-Busta.

Agora, fica à espera: as meias-finais vão ser jogadas contra os vencedores do encontro entre Jamie Murray/Bruno Soares (terceiros cabeças de série e vencedores de múltiplos Majors) e Henri Kontinen/John Peers (os décimos segundos favoritos e vencedores deste torneio há dois anos) e em jogo está a primeira presença de um tenista português na final de um torneio do Grand Slam.

No circuito júnior, a proeza foi alcançada por Frederico Silva: o jogador caldense sagrou-se campeão de pares do US Open 2012 e de Roland Garros 2013 ao lado do britânico Kyle Edmund e quatro anos depois Duarte Vale esteve perto de se juntar a ele na lista de campeões, mas terminou o Australian Open de 2017 como vice-campeão com Finn Reynolds.

Atualizado às 8h22.

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