Em lágrimas. Foi assim que Petra Kvitova terminou a entrevista no court depois de se qualificar para as meias-finais do Australian Open 2019.
Não houve uma referência direta, mas quando o entrevistador (e ex-jogador) Jim Courier lhe perguntou se alguma vez acreditou que podia voltar a esta fase de um torneio do Grand Slam todos pensaram no mesmo: o ataque de que foi vítima em dezembro de 2016 que pôs não só a carreira como a vida da checa em risco.
A resposta — um claro “não” — não surpreendeu, ao contrário da forma que Petra Kvitova tem apresentado ao longo dos últimos 10 dias e do cenário que agora a acompanha: pode estar prestes a subir ao primeiro lugar do ranking mundial pela primeira vez, oito anos depois de se ter estrado a ganhar Majors na relva de Wimbledon.
Depois de cinco vitórias em Sydney que a levaram ao 26.º título da carreira, a tenista checa de 28 anos somou a 10.ª vitória consecutiva ao arrasar a favorita do público Ashleigh Barty, por 6-1 e 6-4.
As duas já tinham estado frente a frente há pouco mais de uma semana, na decisão do torneio australiano, e a final até tinha sido bastante equilibrada, o que comprova o que Petra Kvitova já vinha a mostrar ao longo da semana: subiu a outro nível e venceu pela quinta vez em parciais diretos, chegando às meias-finais com uma média de 1h02 por cada encontro disputado.
Agora, nas primeiras meias-finais de torneios do Grand Slam desde Wimbledon 2014 e nas primeiras no Australian Open desde 2012 (!), segue-se a sensação do torneio: Danielle Collins.
Quanto ao primeiro lugar do ranking, para já há apenas uma certeza: vai deixar de pertencer a Simona Halep quando o torneio terminar. Para ser de Petra Kvitova, a checa precisa de chegar uma ronda mais além do que Naomi Osaka, mas Elina Svitolina e Karolina Pliskova (a única das quatro a já ter ocupado a posição) também podem sair de Melbourne na liderança da tabela.