A pouco e pouco parece que Maria Sharapova está a regressar ao seu melhor ténis e os mais recentes indicadores apontam nesse sentido. Na última madrugada, a campeã do Australian Open de 2008 ultrapassou Caroline Wozniacki, vencedora do ano passado, numa autêntica batalha entre duas ex-número um mundiais para regressar aos oitavos de final do ‘Happy Slam’ pela primeira vez desde 2016.
Num encontro extremamente equilibrado do fundo do court e onde as oscilações no marcador foram uma constante, a ‘Sereia da Sibéria’ acabou por prevalecer, depois de dois primeiros sets repartidos, no terceiro e decisivo parcial, conseguindo dois breaks consecutivos já na reta final da partida rumo a um triunfo saboroso e importante, por 6-4, 4-6 e 6-3, em duas horas e 26 minutos, diante da atual terceira colocada do ranking.
No primeiro set, Wozniacki entrou muito melhor e obteve uma quebra de serviço logo ao quarto jogo, confirmando de seguida o break para se adiantar com 4-1 de vantagem. Contudo, e aguerrida como sempre, Sharapova não baixou os braços e operou uma excelente recuperação: venceu os cinco jogos seguintes para de forma inesperada fechar o parcial com 6-4.
Tal como na primeira partida, também na segunda foi a dinamarquesa quem começou mais forte e isso traduziu-se em novo break precoce, logo no segundo jogo. Porém, depois de o confirmar, voltou a cedê-lo no seu jogo de serviço seguinte, com Sharapova a reagir da melhor forma possível à adversidade e a empatar a contenda. A diferença, contudo, foi o facto de desta feita ‘Miss Sunshine’ não ter ido abaixo e permanecido focada, o que lhe traria dividendos mais tarde, uma vez que quebrou o serviço da russa quando esta servia para se manter no parcial rumo à ‘negra’.
Chegadas à ‘decisão final’, tanto Maria Sharapova como Caroline Wozniacki mantiveram, com relativa tranquilidade, os seus jogos de serviço, à semelhança da fase final do set anterior, e a chave do embate esteve no sétimo jogo, no qual a atual número 30 WTA conseguiu o break necessário para ter um ascendente crucial sobre Wozniacki, que, depois de ver a adversária manter o seu serviço com um jogo em branco, acabou por ceder pela segunda vez consecutiva o seu ‘saque’ e, assim, sair derrotada.
Desta forma, Sharapova segue então para a ‘segunda semana’ de um Major pela segunda vez seguida (cedeu na quarta ronda do último US Open) e irá agora enfrentar mais uma tenista muito querida pelo público: a favorita da casa Ashleigh Barty, 15.ª candidata ao título, que derrotou a grega Maria Sakkari (43.ª WTA) por 7-5 e 6-1 para rumar a esta fase em Melbourne pela primeira vez na carreira e igualar o melhor resultado em eventos deste nível (atingido no ano passado em Flushing Meadows).
Sloane Stephens sobreviveu em ‘guerra’ de tiebreaks e Amanda Anisimova continua ‘a fazer das suas’
À hora da publicação deste artigo, e além de mais um triunfo importante (e arrasador) da russa Anastasia Pavlyuchenka (44.ª) frente à bielorrussa Aliaksandra Sasnovich (31.ª) por 6-0 e 6-3 em apenas uma hora e dois minutos, houve mais dois resultados de destaque: a vitória sofrida de Sloane Stephens sobre Petra Martic e o excelente triunfo de Amanda Anisimova sobre Aryna Sabalenka.
Quinta pré-designada, Stephens teve de se aplicar a fundo para levar de vencida a croata Petra Martic, 31.ª favorita e número 32 mundial, com a norte-americana a necessitar de dois tiebreaks (8-6 no primeiro e 7-5 no segundo) para seguir em frente no Australian Open.
A maior surpresa, todavia, estaria reservada para o encontro entre Anisimova e Sabalenka: a teenager norte-americana de apenas 17 anos (!) e a fazer somente a sua terceira aparição em quadros principais de Grand Slams, apurou-se para a quarta ronda na sequência de um triunfo estrondoso pelos parciais de 6-3 e 6-2, em uma hora e seis minutos, contra a 11.ª pré-designada e apontada como uma das ‘dark horses’ da prova. Note-se que Amanda Anisimova tornou-se também na primeira tenista (seja homem ou mulher) nascida nos anos 2000 a chegar a esta fase num Major.
