Lleyton Hewitt: “O Tomic ameaçou a minha família e tentou chantagear-me”

Estalou a polémica no ténis australiano. Lleyton Hewitt afirmou esta quinta-feira que Bernard Tomic terá ameaçado a sua família e tentado chantageá-lo. As declarações do número um do mundo surgem na sequência das acusações que lhe foram feitas pelo compatriota no dia anterior.

“Ninguém gosta do Lleyton Hewitt. Há um conflito de interesses entre o que ele faz e as decisões que toma. Ele não se tinha retirado? Então porque é que continua a jogar todos estes torneios de pares? Ao mesmo tempo treina um dos jogadores da seleção e todos estes wild cards estão protegidos por ele, por isso recebe uma percentagem desse dinheiro. Isso é conflito de interesses, não está errado? Ele costumava odiar aTennis Australia e agora parece adorá-los. Não pensa nos jogadores, só nele próprio”, tinha dito Bernardo Tomic na conferência de imprensa que se seguiu ao desaire na primeira ronda.

O australiano já se tinha queixado de não ter recebido um wild card para o Australian Open ano no passado, situação vivida por Thanasi Kokkinakis na edição em 2019 — de acordo com a imprensa local, Kokkinakis acredita que foi Lleyton Hewitt quem esteve na base dessa decisão.

As declarações depressa ganharam mediatismo e numa conferência de imprensa improvisada na jornada desta quinta-feira Lleyton Hewitt negou as acusações, recusando tratamento preferencial, conflitos de interesse e a alegada receção de pagamentos por parte dos jogadores para receberem wild cards para os torneios.

Infelizmente este é o tipo de coisas que aprendemos a esperar do Bernie. Independentemente do Grand Slam de que se trate, depois de uma derrota na primeira ronda ele vai sempre sair-se com qualquer coisa. Estamos a tentar definir uma cultura-padrão para a equipa e também daquilo que significa representar a Austrália e ele não tem estado nem sequer perto disso nos últimos anos.”

O ex-número 1 mundial revelou ainda que ao longo do último ano tem recebido “ameaças físicas e chantagem” da parte de Bernard Tomic, que começaram com o jogador a recusar-se a jogar na Taça Davis e a exigir um wild card para o Australian Open de 2018, que acabou por não receber. Por isso, Hewitt afirmou também que “enquanto eu estiver relacionado com a Taça Davis ele nunca mais a vai jogar. Não acredito que alguém voltasse a falar com uma pessoa que me tem falado como ele o tem feito.”

“As declarações do Bernie deixam-me desapontado porque lá no fundo ele sabe o que eu tentei fazer por ele, o tempo que investi e as equipas que tentei criar à volta dele quando estava com problemas psicológicos e também alguns familiares”, acrescentou Hewitt, que lamentou também que as declarações “tenham ofuscado as vitórias brilhantes de vários jogadores nossos na primeira ronda, jogadores que só têm uma ou duas semanas por ano para brilhar em casa”.

Apesar de já não contar com Bernard Tomic para a equipa, o atual capitão ainda vê esperança em Nick Kyrgios — mesmo se também ele o criticou nos últimos dias (num post na rede social Instagram, entretanto apagado).

“Com o novo formato a Taça Davis só acontece uma, possivelmente duas vezes por ano para cada equipa mas tens de representar o teu país em todas as semanas. Há crianças na Austrália que seguem os teus passos, que te idolatram. Tens de ter sempre boas atitudes e tentar ser uma referência para as pessoas que te seguem. Tenho todo o interesse em ajudar quem estiver disposto a encontrar-me a meio caminho”, acrescentou antes de se referir especificamente a Nick Kyrgios.
“O que ele disse em Brisbane sobre não quer verdadeiramente estar lá magoou a organização de um dos nossos torneios. Vai ter de trabalhar para conseguir estar à altura dos padrões que estamos a idealizar, ainda tem muito a aprender. Falei com ele e vamos continuar a falar.”
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