Terminou com contornos épicos o último encontro da segunda ronda do Australian Open 2019. Garbiñe Muguruza e Johanna Konta tinham duelo marcado para a jornada de quinta-feira mas só entraram em campo no dia seguinte e terminaram já de madrugada, com a vitória histórica a pertencer à jogadora espanhola.
Três anos e quatro meses depois de terem disputado o encontro feminino mais longo da história do US Open (aconteceu em 2015, quando a britânica venceu por 7-6[4], 6-7[4] e 6-2 ao fim de 3h23), a espanhola e a britânica voltaram a medir forças numa jornada atípica: a ação na Margaret Court Arena prolongou-se e a organização adiou a alteração de court como respeito aos adeptos que adquiriram bilhetes para aquele estádio.
Por isso, só às 00h30 de sexta-feira (13h30 de quinta-feira em Portugal Continental) é que Garbiñe Muguruza e Johanna Konta entraram em ação, naquele que se tornou automaticamente no encontro com o começo mais tardio da história do Australian Open (Daria Gavrilova e Elise Merrtens eram as protagonistas do anterior, ao darem início à ação às 23h59 na edição de 2018).
Se seria perfeitamente compreensível ver as duas jogadoras a um nível inferior atendendo à hora do espetáculo, foi precisamente o aposto que aconteceu: Johanna Konta apresentou o seu melhor ténis desde a caminhada história até às meias-finais de Wimbledon em 2017 e Garbiñe Muguruza recuperou algum do ténis que faz dela uma múltipla campeã de torneios do Grand Slam.
No total, as duas jogadoras dispararam 87 winners (46 deles saíram da raquete da tenista espanhola, 41 da britânica) e no final acabou por sorrir por último a tenista que menos pontos venceu: os 108 celebrados por Garbiñe Muguruza foram suficientes apesar de Johanna Konta ter levado a melhor em 111, com os parciais de 6-4, 6-7(3) e 7-5 a definirem o resultado final quando estavam decorridas 2h45 de encontro.
Apesar de não se ter tornado no duelo com a conclusão mais tardia da história do ténis (Lleytton Hewitt derrotou Marcos Baghdatis por 4-6, 7-5, 7-5, 6-7(4) e 6-3 às 4h33 do dia 21 de janeiro de 2008, depois de entrarem em campo às 23h47 do dia anterior), passou a ser o encontro feminino com o final mais tardio em torneios do Grand Slam, superando o registo do US Open de 2016, quando Madison Keys (4-6, 7-6[5] e 6-2) e Alison Riske saíram do court à 1h48.
Questionada sobre o que iria fazer assim que saísse do court, Garbiñe Muguruza não resistiu a responder com alguma ironia: “Tomar o pequeno almoço? Não, vou fazer trabalho de recuperação porque foi um encontro muito duro e depois vou certamente tentar descansar o máximo possível.”
