Como é habitual, as conferências de imprensa pós-jogo não servem apenas para se falar dos jogos que ocorreram. A última de Roger Federer é exemplo disso: desde as novas bolas a episódios risíveis, passando também por favoritismos, falou-se de tudo um pouco. Contudo, uma das perguntas mais interessantes para o bicampeão em título prendeu-se com a sua opinião sobre a mudança de formato operada pelo Australian Open a partir da edição deste ano.
O recordista de títulos do Grand Slam não respondeu de forma categórica a esta questão de ser ou não vantajoso implementar-se um novo sistema de tiebreak na ‘negra’ em detrimento da tradição (o primeiro a conseguir mais dois jogos que o adversário vence o encontro), preferindo focar-se nos ‘dois lados da moeda’.
“Pensarias que as coisas de maneira uniforme fariam sentido, não? Ao mesmo tempo penso que é também entusiasmante esta nova solução no fim de contas. Eles disseram-nos que nos últimos cinco anos, 2% dos encontros acabaram desta forma [quinto set extenso] aqui no Australian Open. Portanto são poucos os jogos que efetivamente chegam a esse momento”, indicou primeiramente.
“Sinto que, tal como disse no passado, se chegas a 6-6 no quinto parcial, tiveste as tuas oportunidades, tal como o teu oponente. Penso que te dá também uma chance de continuares depois desse jogo no torneio se acabar como aqui ou no US Open com um tiebreak no quinto set“, apontou Federer, antes de salientar que “ao mesmo tempo, gosto de tradição, dos sets compridos. Dessa perspetiva, é um pouco desapontante”.
Porém, tidos em conta os vários argumentos, o ex-número um mundial admite que esta possa ser a melhor opção. “Compreendo para onde se encaminha a modalidade. Está a ficar cada vez mais exigente. Na verdade, acho que é algo engraçado termos quatro fins diferentes para os Grand Slams. Mas por mim está tudo ótimo. Espero não estar nessa situação, de qualquer forma”, terminou, entre risos, o campeoníssimo helvético.
