A estreia de Pedro Sousa em quadros principais de torneios do Grand Slam não terminou da forma mais desejada: o lisboeta saiu derrotado em três sets pelo favorito da casa e deixou João Sousa como o único representante português ainda em prova no Australian Open. Agora, segue-se a importante qualificação para as Davis Cup Finals.
Depois de tentar por 14 vezes a chegada ao quadro principal através da fase de qualificação, o número dois nacional e 104 ATP conseguiu ter entrada direta nesta edição do Australian Open mas o sorteio não o ajudou: teve de medir forças com a “superstar” australiana Alex de Minaur (29.º do ranking) logo na primeira ronda, dois dias depois do tenista da casa ter conquistado o ATP 250 de Sydney.
Em plena Margaret Court Arena, um dos estádios mais importantes de Melbourne Park, e num dia em que os termómetros marcaram 35 graus que não passaram indiferentes aos dois jogadores, Pedro Sousa teve ténis para oferecer uma boa réplica mas não para obrigar Alex de Minaur a trabalhos extra: ao fim de 2h01, o tenista de apenas 19 anos venceu por 6-4, 7-5 e 6-4 para somar a oitava vitória em nove encontros disputados em 2019.
Com a terra batida como superfície favorita — e aquela em que disputou a maior parte dos encontros na última temporada –, o lisboeta de 30 anos ainda revelou algumas dificuldades na adaptação aos courts rápidos (e, por sinal, ainda mais rápidos este ano) do Australian Open e uma certa precipitação em determinados jogos. Quando a conseguiu controlar e não forçou demasiado o winner o seu jogo apareceu, impôs-se e criou até algumas dificuldades a de Minaur, mas mesmo vindo de uma longa e exaustiva semana o australiano está noutro nível quando se trata do seu piso de eleição.
Apesar de não ter conseguido vencer, Pedro Sousa despede-se de território australiano com a primeira participação da carreira em quadros principais de torneios do Grand Slam. Se tivesse sido bem sucedido teria, também, garantido a entrada inédita no top 100 mundial. Assim, terá de esperar pelos restantes desenvolvimentos da primeira ronda para saber se os pontos da primeira eliminatória são ou não suficientes para escalar até esse lote.
Segue-se, a 1 e 2 de fevereiro, a participação na qualificação das Davis Cup Finals, que implica uma viagem desde um território quente (com temperaturas na ordem dos 40 graus positivos) a um país gelado (nesta altura do ano as temperaturas médias no Cazaquistão rondam os 15 graus negativos).
João Sousa — que tem como melhor resultado no Australian Open a terceira ronda alcançada em 2015 e 2016 — passa assim a ser o único representante do país quer em singulares, onde defronta Guido Pella, quer em pares, onde ao lado de Leonardo Mayer joga contra os bem titulados Feliciano López e Marc López (17.º cabeças de série).