Chegou ao fim a campanha de Andy Murray no Australian Open. O que, neste caso, poderá dizer que chegou ao fim a carreira do britânico. Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas — assim está o mundo do ténis depois da derrota desta segunda-feira naquele que ele próprio considerou como “possível” último encontro no circuito.
A sentença foi assinada pela grave lesão na anca que o perturba há quase dois anos mas o autor da última golpada dá pelo nome de Roberto Bautista Agut. O tenista espanhol já tinha deixado muito boas indicações em Doha, onde derrotou Novak Djokovic rumo ao primeiro título da época (no ATP 250 mais forte do ano), e apresentou-se a um nível muito elevado na sessão noturna desta segunda-feira para vencer por 6-4, 6-4, 6-7(5), 6-7(4) e 6-2 depois de quatro horas e treze minutos de encontro.
Ainda assim, aquele que se viu em campo foi um Andy Murray lutador do primeiro ao último ponto, limitado sim mas com capacidade física para perturbar o seu adversário e lutar pela vitória de uma forma inesperada — como se viu especialmente a partir da fase final do terceiro set, em que recuperou da desvantagem de um break e, com muita emoção, sofrimento e festejos à mistura, construiu a reviravolta para adiar ao máximo a decisão do encontro num verdadeiro hino ao ténis. Inesquecível para todos os que assistiram, certamente.
Em suma, Andy Murray lutou. Lutou como sempre habituou aqueles que o seguem e mostrou a frustração que sempre sentiu quando não consegue obter o que quer dentro do campo, sinais mais do que positivos num momento de extrema importância que aliás levou a que se criassem enormes filas de curiosos fãs nos arredores da Melbourne Arena — ninguém queria perder aquele que poderia ser o seu último encontro.
Mas terá sido mesmo o último?
Quer a forma com que se apresentou quer a vontade que dele se conhece levam a crer que não deixará de tentar levar a seu porto o fim da carreira, ou seja, a Wimbledon. Os responsáveis pelo All England Club até já falam na construção de uma estátua em sua homenagem e é indiscutível que se trata do palco ideal para toda a ocasião.
Não depende de si, é certo, e esse é o problema, mas custa a crer que a carreira de Andy Murray tenha realmente terminado neste Australian Open 2019 (onde, já agora, sofreu a primeira derrota na estreia de um Grand Slam desde o Australian Open de 2008).
Talvez nas próximas horas (ou até minutos) fiquemos a saber mais alguma coisa…