Franceses em uníssono: “A Taça Davis acabou, o que aí vem não é Taça Davis”

França Taça Davis
Fotografia: Paul Zimmer

LILLE – Terminou com um forte conjunto de críticas a final da Taça Davis entre França e Croácia. Na última conferência de imprensa no Stade Pierre-Mauroy, todos os elementos da equipa da casa teceram fortes críticas às mudanças que a competição se prepara para sofrer. Houve boicotes, desabafos de desespero e tristeza, muita tristeza no adeus ao formato tradicional do “campeonato do mundo” do ténis.

“No ano passado chorei de alegria, hoje chorei de tristeza. Não vou mudar a minha opinião por isso e no que me toca esta foi a última vez em que joguei a Taça Davis”, revelou, desolado, Lucas Pouille — um dos jogadores que mais críticas tem apontado à mudança de formato.

Foi, na verdade, um sentimento comum aquele que abalou a equipa francesa. Pierre-Hughes Herbert espera “que o novo formato não funcione e a Taça Davis volte ao que era”, Nicolas Mahut afirmou que “aceitar tamanha reforma por dinheiro é uma falta de respeito, havia outras opções”.

O mais crítico foi, no entanto, o capitão Yannick Noah. Na sua última conferência de imprensa (a final deste domingo marca o seu adeus à equipa francesa) a glória do ténis francês não poupou nas críticas à Federação Internacional de Ténis e, em particular, ao presidente David Haggerty: “Durante o jantar oficial fui frontal, disse-lhe na cara que o que ele está a fazer me deixa enojado. Espero que não chamem Taça Davis à nova competição. Jogar dois sets não é Taça Davis, jogar num sítio qualquer não é Taça Davis.

“Quanto vale um apanha-bolas poder aproximar-se do Lucas Pouille e apertar-lhe a mão? Quanto valem esses momentos? Quanto custa um sonho? Isto não vai acontecer em lugares como Singapura, eu sei que há mais dinheiro mas lá isto não vai acontecer”, acrescentou naquela que disse ser “a minha última conferência de imprensa de sempre. O ténis competitivo acabou para mim”.

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