Francisca Jorge e as semanas de glória em Lousada: “Não conseguia parar de sorrir”

LOUSADA – Duas semanas, dois títulos. Francisca Jorge despediu-se com chave de ouro do Lousada Ténis Atlântico, palco onde conquistou os dois primeiros títulos de campeã de singulares em torneios ITF. Com 10 vitórias em 10 encontros, a vimaranense quebrou barreiras pessoais e nacionais e após a final refletiu sobre as prestações no Lousada Indoor Open.

“Estive bem na semana passada mas nesta ainda estive melhor. A semana passada deu-me muita, muita confiança. Foi a minha primeira final, o meu primeiro título e algo que sinceramente não esperava. Claro que uma pessoa acredita sempre no seu valor, mas não estava à espera da vitória e isso notou-se depois quando ganhei. Foram muitas lágrimas, muitas emoções. Hoje voltou a correr bem e foi uma enorme alegria, não conseguia parar de sorrir”, começou por dizer a tenista vimaranense de apenas 18 anos na conversa com o Raquetc e a organização do torneio.

Visivelmente satisfeita — e até emocionada, já depois de em court não ter conseguido conter as lágrimas de alegria –, Francisca Jorge destacou o conselho que lhe foi dado pela treinadora, Neuza Silva. “Ela disse-me para não deixar que o sentimento de estar na final, que já conhecia da semana passada, entrasse na minha cabeça e para estar tranquila, pensar no meu ténis porque estou a jogar bem e acreditar em mim. Esta vitória acontece na sequência de muitas conversas e ensinamentos.”

Para além de vitórias, as duas semanas em Lousada foram recheadas de emoções. Francisca Jorge reconhece que ambas foram difíceis, mas aponta a primeira como a mais complexa nesse sentido. “Parecia que não estava muito mentalizada para o que tinha à minha frente. Não comecei bem, tive muitos jogos por baixo ou em que me deixava ir abaixo e foi preciso puxar muito por mim e acreditar muito para conseguir dar a volta aos resultados.”

Uma vitória de grupo

Sozinha dentro das “quatro linhas”, Francisca Jorge contou com o apoio constante de familiares, amigos e da sua “segunda família” — Neuza Silva, selecionadora nacional e treinadora da equipa do Centro de Alto Rendimento, acompanha a vimaranense no dia-a-dia e ao seu lado teve, também, as restantes jogadoras do CAR.

“Somos uma verdadeira segunda família. Sei que elas estavam a torcer por mim como eu numa situação contrária estaria e é muito bom ter alguém com quem contar, não só nos bons como nos maus momentos. Elas demonstram muito carinho por mim e eu senti que estas duas semanas elas acreditavam que eu podia ser a vencedora e isso também me deu mais força. A força e a ajuda que a Neuza me dá são cruciais e esta amizade que temos feito é muito importante”, concluiu.

E agora… A defesa do título de campeã nacional

Apesar de se sentir cansada, Francisca Jorge está preparada para ir a jogo no Clube de Ténis do Porto e tentar defender o título conquistado pela primeira vez há um ano, na Beloura Tennis Academy. “Estou um bocadinho massacrada, não estou habituada a fazer tantos jogos numa semana a este nível mas é mais um torneio e vou continuar a treinar para me preparar da melhor forma possível e passar para a terra batida.”

Ser a primeira cabeça de série no contexto nacional tem “outro peso”, um a que já está habituada e que, diz, não lhe coloca qualquer tipo de pressão. “É algo a que ao nível do ténis nacional já estou relativamente habituada e que nunca me afetou muito. A diferença entre o nível nacional e o internacional é gigante, não quer dizer que o torneio vá estar fraco porque dentro do nível nacional vai estar bom e por isso tenho de trabalhar como qualquer uma para chegar ao título.”

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