Momentos de glória na Taça Davis

[texto inicialmente publicado no website da Federação Portuguesa de Ténis]

A expressiva vitória de Portugal frente à África do Sul (4-0) na Taça Davis é mais um momento de glória, a juntar a muitos outros, que o ténis nacional tem vivido nos últimos tempos com uma imagem respeitável, renovada e de afirmação internacional.

Num contexto sempre difícil quando se fala de uma competição centenária como a Taça Davis e numa altura em que estamos presentes frente a um novo desafio, Portugal soube estar à altura das responsabilidades numa eliminatória difícil.

Todos sabemos que se torna mais fácil falar depois das vitórias, mas há que reconhecer o brio dos jogadores e da equipa técnica, liderada nos últimos cinco anos por Nuno Marques, sem esquecer o devido enquadramento federativo no apoio aos jogadores e staff técnico. Estas são áreas bastante delicadas, como acontece em qualquer seleção, mas Portugal deve orgulhar-se da disponibilidade demonstrada pelos seus jogadores no contributo à equipa de todos nós.

Novas exigências aí estão à porta e a partir do próximo dia 30 ficaremos a saber se iremos viajar até ao Cazaquistão ou receber o Canadá para disputar o qualifying, que irá permitir fazer parte da grande mostra mundial no renovado projeto da competição em 2019, que passará a chamar-se Davis Cup Finals.

Portugal participa na Taça Davis desde 1925, ano em que foi criada a Federação Portuguesa de Ténis e na sua história averbou a 46ª vitória.

Em jeito de resumo, aqui fica o registo de 10 momentos de glória de Portugal na Taça Davis:

1 – A demonstração cabal das potencialidades dos nossos jogadores na eliminatória com a África do Sul. Temos uma seleção muito experiente e equilibrada que permitiu ter novamente acesso à janela do Grupo Mundial em fevereiro de 2019.

2 – Nuno Marques, que foi o mais novo jogador de sempre a estrear-se na Taça Davis com 16 anos e 65 dias, despediu-se do cargo de capitão, revelando uma grande franqueza e humildade nas suas declarações. Outras exigências falaram mais alto, mas a enorme correção e sentido de justiça é de enaltecer, até para bem da equipa.

3 – A adaptação que os nossos jogadores fazem ao seu calendário para estarem presentes numa eliminatória em Outubro. A boa ligação criada entre a entidade federativa e jogadores está sólida e Portugal pode ser visto com um exemplo por esse mundo.

4 – Os números de João Sousa são impressionantes e em 2019 pode superar o velho recorde de João Cunha e Silva que nos anos 80 e 90 foi um dos pilares da seleção nacional, a par de Nuno Marques. O vimaranense somou a 23ª vitória em singulares, apenas menos duas que o antigo campeão nacional.

5 – Para se ter chegado a este patamar de exigência não se pode olvidar o percurso marcante de outras gerações que ajudaram a abrir o caminho. E, sem dúvida, Frederico Gil e Rui Machado foram dois colossos, representando a seleção nacional mais de 10 anos com importantes vitórias.

6 – Na variante de pares, tida como muitas vezes decisiva nas grandes decisões, Portugal tem apresentado bons argumentos nos últimos anos, desde Emanuel Couto, Leonardo Tavares a Gastão Elias, jogadores todos eles tecnicistas e sempre bem apoiados pelos parceiros.

7 – Com um João Sousa solidamente instalado no top 100 mundial, Portugal fez a sua estreia com um jogador do top 100 através de Frederico Gil em março de 2009, em Nicósia, no Chipre, ganhando o seu singular.

8 – Neste século, Portugal averbou a 25ª vitória em eliminatórias da Taça Davis em 46 encontros. Um número curioso vai para o atual líder federativo: a exercer o seu segundo mandato, o presidente Vasco Costa assistiu no CIF à 10ª vitória de Portugal.

9 – Os três ciclos vitoriosos de Portugal em 2010, 2013 e 2015. Três triunfos em cada ano representam um certificado de qualidade para o ténis nacional.

10 – Foi em Abril de 1963 que aconteceu a primeira vitória de Portugal na Taça Davis frente ao Luxemburgo, no Clube de Ténis do Estoril. Aqui fica o pioneiro registo de muitos momentos de glória, vividos anos mais tarde como a expressiva vitória frente à Grã-Bretanha, em 1994, na Foz, que abriu as portas à disputa do playoff de acesso ao Grupo Mundial.

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