Depois de Wimbledon, Djokovic conquista o US Open e confirma o regresso ao seu melhor

Novak Djokovic
É o 14.º título de Djokovic em torneios do Grand Slam, registo que lhe permite igualar a marca de Pete Sampras.

Pela terceira vez na história, a coroa de Flushing Meadows pertence a Novak Djokovic: aos 31 anos, o tenista sérvio venceu uma final praticamente de sentido único frente a Juan Martin del Potro para conquistar o 14.º título em torneios do Grand Slam, registo que lhe permite igualar um dos maiores da história e ganhar, também ele, mais uns pontos nessa discussão.

Recuperado do período mais negro da sua carreira, o ex-número 1 mundial está definitivamente de volta ao seu melhor e a provar que Wimbledon não foi um episódio único neste seu regresso ao circuito. Os problemas no ombro (aquele a que foi operado há pouco mais de cinco meses) já lá vão e Djokovic não só recuperou o ténis que fez dele um dos melhores do mundo como, e talvez mais importante, a alegria e vontade que lhe permitiram chegar a esse estado.

Que o diga Juan Martin del Potro, o argentino que nove anos depois estava de volta à final de um torneio do Grand Slam e que, a viver um dos melhores períodos da carreira, pouco conseguiu fazer para lhe criar dificuldades. Os parciais de 6-3, 7-6(4) e 6-3 refletem o domínio de Novak Djokovic, que aliás se vinha a verificar ao longo das últimas rondas (os únicos encontros em que cedeu sets foram os dois primeiros, onde os níveis de exibição em nada se assemelharam aos mais recentes).

Um Novak Djokovic renovado, que aos 31 anos está pronto para continuar a fazer história no ténis e em solo norte-americano até já tinha escrito um capítulo para a eternidade ao vencer em Cincinnati — tornou-se no primeiro jogador da história do circuito masculino a vencer todos os torneios Masters 1000. E um Novak Djokovic que, assim, chega aos 14 títulos do Grand Slam, os mesmos que até hoje faziam de Pete Sampras o terceiro classificado isolado na lista do circuito masculino (que contempla todos os anos e não apenas a Era Open).

O segredo esteve, uma vez mais, na forma como o atual número 6 do mundo se apresentou na final deste domingo. Sereno, extremamente assertivo e com aquela expressão que tanto o define. A man on a mission, diziam os olhos de Novak Djokovic, que uma vez de raquete na mão começou a explorar as potentes pancadas de fundo do campo de Juan Martin del Potro para, no momento certo, forçar o argentino a uma movimentação mortífera ao longo da linha de fundo.

Foi assim ao oitavo jogo do primeiro parcial, quando conseguiu o break que pouco depois se revelaria decisivo, e podia ter sido assim no seguinte — porque também foi o primeiro a adiantar-se no marcador. Mas “Delpo” acordou a tempo de lutar pelo desfecho da final e animou as bancadas do Artur Ashe Stadium, que desde o início entoavam o seu nome em uníssono e, não raras vezes, faziam lembrar uma eliminatória da Taça Davis.

Do alto dos seus 1,98m (apesar do jornalista Sebastián Torok contar, no livro que escreveu sobre o compatriota, que Del Potro tem, afinal, 2,03m), o número 3 do mundo afinou a direita e começou a disparar “foguetes” de todos os cantos do campo, invertendo a desvantagem para se colocar numa posição bem mais favorável. Mas o jogo-eterno, que se prolongou por 20 minutos, caiu para o lado de Djokovic e assim os dois tiveram de decidir o set no tiebreak, que voltou, depois de algumas oscilações no marcador, a cair para o lado do sérvio — o relógio apontava 95 minutos só para o set.

Já com uma vantagem de dois sets a zero do seu lado, Novak Djokovic tinha os números e a história do seu lado: nas cinco ocasiões anteriores em que chegara a tal vantagem em finais do Grand Slam nunca perdera e a única derrota da carreira depois de estar tão adiantado no marcador acontecera no longínquo ano de 2010, para Jurgen Melzer em Roland Garros. Não foi, por isso, surpreendente vê-lo a caminhar para mais uma vitória em Nova Iorque — afinal, por esta altura a montanha a escalar já era demasiado alta, mesmo se do outro lado estava o “gigante” Juan Martin del Potro.

Depois de Wimbledon, o US Open. Se ainda existisse espaço para dúvidas, esta noite desaparece: Novak Djokovic está mesmo de volta ao seu melhor ténis e determinado a ganhar um lugar ainda mais relevante entre os melhores da história. E deu um passo muito importante: ao igualar Pete Sampras com 14 títulos do Grand Slam, passa a só ter dois jogadores à sua frente na lista que contempla as vitórias no circuito masculino. São eles Rafael Nadal (com 17) e Roger Federer (com 20), os seus dois maiores rivais.

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