Pronta para a história, Naomi Osaki volta a encantar e estreia-se em finais do Grand Slam

Naomi Osaka
Fotografia: USTA/Darren Carroll

Primeiro Serena Williams, depois Naomi Osaka. A final de singulares femininos do US Open 2018 vai ser um verdadeiro duelo de gerações entre duas tenistas recheadas de ambição mas currículos tão díspares quanto possível — afinal, as respetivas idades assim o obrigam: a norte-americana está prestes a celebrar o 37.º aniversário, enquanto a japonesa celebrará o 21.º pouco depois.

Se de uma já se sabe que se pode (e deve) esperar de tudo, da outra só no último par de anos se começou a saber mais. E no curto espaço de cinco meses Naomi Osaka provou que se dá tão bem numa costa quanto noutra — ou não tivesse ela crescido nos Estados Unidos da América, que lhe “deram” o idioma em que até se sente mais à vontade para comunicar, um dos muitos exemplos que tão bem ilustra a sua ligação tão profunda ao país que acolhe o torneio onde está a ter mais sucesso.

Campeã do prestigiadíssimo Premier de Indian Wells no mês de março, a nova sensação do ténis japonês já tinha feito história no mesmo dia que o compatriota Kei Nishikori — nunca o país tinha celebrado o apuramento de um jogador e uma jogadora para as meias-finais do mesmo Major — mas agora vai mais longe: é a primeira tenista do Japão a chegar à final de singulares femininos de um torneio do Grand Slam.

E fá-lo de forma impressionante: 6-2 e 6-4 foram os parciais de uma vitória tranquila e, mais do que isso, digna de ser analisada frente à finalista do último ano e favorita do público, a norte-americana Madison Keys.

O segredo? Uma mistura da consistência-ofensiva da jovem tenista nipónica — que não só salvou os 13 pontos de break que enfrentou como “disparou” direitas e esquerdas um pouco de todas as fases do campo (um nível de consistência a que chegou com muito trabalho nos últimos meses, que fez com que subisse significativamente a qualidade da pancada a duas mãos), criando muitas dificuldades ao jogo da norte-americana — e do seu feitio tão descontraído, que a ajuda a passar pelas diferentes situações que enfrenta quer dentro… Quer fora do court.

Já depois de ter carimbado uma das vitórias mais importantes da carreira, Naomi Osaka foi questionada sobre a forma como conseguiu salvar todos os break points que “permitiu” à adversária e não hesitou em responder. “Isto vai soar mal, mas eu só pensava que queria mesmo muito, muito jogar contra a Serena.” E foi à mesma Serena, a detentora de 23 títulos do Grand Slam que soma mais 30 finais do que ela nestas andanças, que dirigiu um honesto “I love you” a fechar a entrevista em court.

No momento, resta apenas dizer que o (curto) frente a frente é favorável a Naomi Osaka, que venceu o único encontro disputado entre ambas. Foi este ano, logo na primeira ronda do torneio de Miami, e pelos parciais de 6-3 e 6-2.

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