Depois de quase quatro horas em campo a acompanhar o desenrolar o encontro do seu pupilo, João Sousa, com o francês Lucas Pouille, Frederico Marques falou com o Raquetc sobre o resultado histórico alcançado pelo melhor tenista português de todos os tempos e, também, o desafio que vão encontrar na próxima ronda.
“Foi um encontro muito bonito de ver e sentir desde fora”, começou por dizer o treinador. “Um encontro entre dois grandes guerreiros, muito tático, uma autêntica batalha de xadrez. O João fez um encontro muito completo, esteve muito bem no capítulo da resposta e mais forte nos princípios de jogada em relação às rondas anteriores. Soube controlar a parte emocional e isso ajudou a ajustar tacticamente entre o segundo e terceiros sets.”
Entre pontos, eram muitas vezes visíveis imagens do treinador português nas bancadas do Court 17, com uma calma aparante que, segundo o próprio, é muito mais do que isso — mesmo quando a tensão do momento aperta. “Estive bastante calmo, é preciso ter calma para poder pensar com o máximo de lucidez possível. Só com calma e tranquilidade emocional é que se consegue pensar taticamente e estou sempre disponível e preparado para caso o João precise o poder ajudar.”
E apesar de dizer que “o trabalho que está a ser realizado nesta semana é o mesmo que foi realizado nas semanas das 6 derrotas na primeira ronda”, Frederico Marques reconhece que “O João está mais completo do que há 3 meses.” E explica: “Quando se ganha não se é o melhor do mundo e quando se perde não se é o pior. O trabalho demora o seu tempo a ser assimilado.”
Quanto à história que continuam a escrever para o ténis nacional, Marques diz que não é esse o fator que os motiva, mas sim “os objetivos técnicos, tácticos e vencer encontros, bons jogadores e estar entre os melhores jogadores e treinadores.” Os registos vêm depois, quando a vitória está garantida e o objetivo máximo cumprido dentro do campo.
E agora… The Djoker
Pela quarta vez em torneios do Grand Slam, João Sousa vai ter pela frente Novak Djokovic. A diferença é que, desta vez, o encontro acontece na quarta eliminatória, enquanto os duelos anteriores se tinham distribuído de igual forma entre as três primeiras fases.
Para Frederico Marques, não há dúvidas: “Vai ser mais um encontro de grande exigência e o Djokovic não precisa de apresentações. É um jogador muito completo, a meu ver o jogador mais completo do circuito.”
Por isso, “resta descansar e amanhã [hoje, domingo] analisar o encontro do adversário com tranquilidade.” O treinador português tinha apenas um pedido, que acabou por não se concretizar: “Gostava sim que fosse um encontro de quatro horas para poder equilibrar a balança com o João em termos de horas passadas dentro do campo” — mas acabaram por ser só 2h13.
