Esperavam-se foguetes, espetáculo, equilíbrio. Mas no final, os quase 24.000 espetadores que lotaram o Artur Ashe Stadium assistiram a uma aula de Roger Federer (2.º no ranking ATP), que depois de um começo equilibrado “despachou” Nick Kyrgios (30.º) para se qualificar para a 4.ª ronda do US Open.
O historial entre os dois jogadores colocou água na boca de todos os interessados no encontro, mas o duelo desta noite no maior court do mundo foi tudo menos uma réplica dos anteriores: não se jogou qualquer tiebreak e pouca animação houve a partir do momento em que o tenista suíço carregou no interruptor.
Na verdade, tudo se decidiu no sétimo jogo do primeiro parcial: ao salvar quatro break points (três deles de forma consecutiva), Federer ganhou a confiança necessária para investir num ataque ao serviço do australiano e, apoiado numa esquerda em slice bem afinada e muito, muito eficaz, ditar a morte do artista.
Desde aí, Kyrgios — que até começou o encontro a “imitir” o serviço do adversário… — não mais conseguiu fazer. O australiano desligou, suspirou que precisava de contratar um árbitro para treinador (numa alusão à polémica do seu encontro anterior) e viu Roger Federer entrar em “modo aula”, afinando tantas pancadas quanto possível para vencer um set atrás de outro set.
Ao fim de 1h45, o marcador já apontava os parciais de 6-4, 6-1 e 7-5, números que dão ao tenista suíço de 37 anos — por cinco vezes campeão do US Open, a última das quais há 10 anos — a passagem à 4.ª ronda pela 17.ª vez, tendo a última derrota antes desta fase acontecido no ano de 2000 (pelo meio, falhou a participação na edição de 2016 devido a lesão).
Como próximo adversário, Federer vai ter o também australiano John Millman, que derrotou Mikhail Kukushkin por 6-4, 4-6, 6-1 e 6-3 para chegar pela primeira vez na carreira à segunda semana de um Major. O frente a frente conta uma vitória a favor do suíço (em Brisbane 2015) e em jogo está a presença nos quartos de final, possivelmente frente a Novak Djokovic.
