Pela sexta vez na carreira, João Sousa qualificou-se, esta quinta-feira, para a terceira ronda do quadro principal de singulares de um torneio do Grand Slam.
Se a chegada a Nova Iorque aconteceu na sequência de sete desaires consecutivos, o melhor tenista português de todos os tempos apressou-se a colocar para trás das costas a maré de maus resultados: derrotou categoricamente Marcel Granollers e, um dia depois, afastou os principais candidatos ao título de pares, ingredientes que serviram de fermento ao bolo que é a confiança de um jogador.
Mas o desafio desta quinta-feira era de outro nível, porque do outro lado do court estava o número 12 mundial e semifinalista de 2017, Pablo Carreño Busta. Uma vez mais, o vimaranense de 29 anos reagiu à altura e superou-se para obter uma das melhores vitórias da carreira e da história do ténis português, ao sair por cima de uma batalha de cinco sets, com os parciais de 4-6, 6-3, 5-7, 6-2, 2-0 e desistência do adversário devido a lesão.
Num duelo que foi quase sempre muito equilibrado, foram várias as quebras de serviço e variações no marcador, razões que contribuíram para um desfecho imprevisível entre dois jogadores que tão bem se conhecem. Isto até ao quinto set, quando o tenista espanhol voltou de um tratamento médico nos balneários sem as mesmas capacidades de locomoção e reação.
Do outro lado do court, o pupilo de Frederico Marques soube reagir bem à circunstância, aproveitando para explorar desde logo o jogo de serviço de Carreño e começar, desde cedo, a criar-lhe dificuldades quer no jogo jogado quer no marcador. Daí para a frente, João Sousa esteve no comando até que, a um ponto de fazer o 3-0, viu o seu amigo e parceiro de pares desistir, já sem forças para superar a lesão e continuar a lutar, somando assim uma vitória que lhe permite igualar a melhor prestação de sempre em torneios do Grand Slam.
Esta é, aliás, a sexta vez que o atual número 68 do ranking ATP chega tão longe num dos quatro maiores torneios do mundo — e curiosamente sempre em superfícies rápidas: Australian Open 2015 e 2016, Wimbledon 2016 e US Open 2013, 2016 e 2018.
Apesar de ainda não conhecer o seu próximo adversário, João Sousa sabe que sairá do duelo europeu entre Lucas Pouille (de França e 17.º cabeça de série) e Marcos Baghdatis, do Chipre. O registo é positivo frente a qualquer um deles: vitória frente ao francês num torneio Challenger, em 2013, e perante o cipriota nas meias-finais do ATP 250 de Auckland, em 2017.