Com polémica à mistura, Verdasco bate a melhor versão de Murray desde o regresso

Fernando Verdasco
Fotografia: USTA/Garrett Ellwood

Tensão, muita tensão, mas acima de tudo muito e bom ténis. Fernando VerdascoAndy Murray mediram forças naquele que era um dos encontros mais aguardados da jornada (e de toda a segunda ronda) e no final foi o espanhol a sorrir por último — ou, seja feita justiça, a gritar por último, porque o encontro foi tenso e terminou com “palavras feias” do maiorquino.

Já com um largo historial de boas exibições frente a tenistas de topo, Fernando Verdasco não tinha, no frente-a-frente com o adversário desta quarta-feira, os números mais animadores: em 14 encontros só tinha obtido uma vitória, precisamente a caminho das inesquecíveis meias-finais do Australian Open, em 2009.

No entanto, e como revelou mais tarde, já com a segunda vitória “no bolso”, esse resultado serviu-lhe de motivação. E não é que funcionou? Ao fim de 3h26, o tenista espanhol de 34 anos (número 32 do ranking ATP) ouviu o árbitro “cantar” o resultado final a seu favor: 7-5, 2-6, 6-4 e 6-4.

Cortando caminho, o segundo duelo do dia no Artur Ashe Stadium foi espetacular em vários níveis. Começando pelos winners, foram 87 o número de pontos que terminaram com uma bola a não ter resposta e mesmo o número de pontos ganhos pelos dois tenistas foi muito semelhante — 125 para o lado de Verdasco, 120 para o de Murray.

Mesmo estando o tenista britânico longe, muito longe do seu melhor momento de forma — este foi, inclusive, o seu melhor encontro desde o regresso, há cerca de dois meses –, Verdasco teve de se aplicar e bem para o conseguir vencer. O que, claro, significou tensão do início ao fim dentro do court e até… No balneário.

Devido às elevadas temperaturas, a heat rule (regra do calor) improvisada pela USTA foi posta em prática logo no início da jornada e os dois jogadores recolheram aos balneários para uma pausa de 10 minutos entre o terceiro e quarto sets. Foi aí que Andy Murray encontrou o adversário a falar com a sua equipa técnica, uma ação classificada nas regras como infração ao código de conduta (ou seja, e mesmo acontecendo fora do campo, coaching).

Como contou ao árbitro de cadeira e supervisor, o campeão de 2012 teve de avisar Verdasco e os seus treinadores porque “eles não sabiam as regras”, situação que aqueceu as hostilidades a partir do momento em que os dois jogadores regressaram ao campo e que, mais tarde, levou Fernando Verdasco a celebrar com palavras pouco simpáticas (e bem espanholas, que por razões óbvias não transcrevemos para este texto).

Falemos de registos: a vitória foi boa, sim, mas para igualar as suas melhores prestações em Flushing Meadows (quartos de final em 2009 e 2010) o ex-número 7 mundial ainda tem muito a pedalar. E, atrevemo-nos a dizer, será mais uma montanha do que uma simples estrada, ou o próximo adversário não se chamasse Juan Martin del Potro

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